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The Street Fighter

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The Street Fighter foi a segunda vez na mostra Mondo Tarantino em que descobri que o filme que tinha visto era o primeiro de uma trilogia. Em determinado ponto do filme eu me perguntei se a tomada que estava vendo era a mesma que o Christian Slater assiste no cinema no começo de Amor a Queima Roupa. E era mesmo. The Street Fighter é uma obra clássica do ator Sonny Chiba, mais conhecido atualmente como Hatori Hanzo.

A história acompanha um karateca mercenário tentando ganhar dinheiro em uma trama  envolvendo uma herança milionária. Parece simples, mas no produto final é mais complicado. Não tem roteiro, começa apresentando o quanto ele é um mercenário do mal, surge a trama da herança, um monte de gente se envolve e de repente as pessoas contra as quais ele fez o mal no começo aparecem e a história sai voando pela janela, igual um personagem em certo ponto do filme.
Atente ao fato de que não é um filme de kung-fu, mas de karatê. Não tem voadora sem sentido, golpes mágicos bizarros ou monges olhando pêndulos com velas. Os caras lutam mesmo e, tirando os momentos mais exagerados, grande parte das ações se passam em tempo real.
É muito legal nesse sentido. A câmera segue os movimentos e as lutas e começa a girar saindo da horizontal para encaixar um golpe dos personagens. É bem interessante de se ver.
Por sinal, os enquadramentos são muito bons. Os personagens sempre fazem uma composição interessante e elaborada, de encher os olhos. O que acrescenta muito à ação, uma vez que as lutas são visualmente chamativas e coreografadas sem quebra de continuidade.
O Sonny Chiba está de parabéns. Estava em uma forma invejável e faz uma interpretação física esforçada e complexa. As lutas são interessantes, tão bem filmadas que sempre geram momentos divertidos.
O problema é o roteiro. O mercenário, Takuma Tsurugi, é mal. Não tem boas intenções ali, em momento nenhum. A princípio ele solta um homem de uma prisão, depois descobrimos que era por dinheiro. O contratante não pode pagar, morre e tem a irmã vendida para a prostituição. Depois Tsurugi é traído pela máfia e se volta para os inimigos com o intuito de roubar toda a herança para si.
Tsurugi só não é o vilão porque a máfia e seus contratantes estão lá. Mas eles são só uma desculpa. O importante é ver o Sonny Chiba lutando. Nesse sentido o filme é muito legal, infelizmente a história sem sentido. Não existe simpatia e não dá vontade de torcer para ninguém.
E para piorar, o final segue uma ideia maluca. Toda a história não importa, importa quem vai vencer a última luta, mesmo que os motivos para ela tenham acabado minutos antes.
O elenco é horroroso, melodramático e exagerado. Mas talvez seja uma característica da expressividade japonesa. Se for, pelo menos a herdeira vítima é terrível. Parece uma amadora no meio de gente de quem é fã, perdida e soltando as falas sem emoção.
É o pior filme que mais me divertiu. Eu me diverti demais. Curti muito cada um dos 90 minutos. Ou seja, é como um Grindhouse deve ser.
 
GERÔNIMOOOOOOOOOO…

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