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68 – Monstros

Esse é um para o qual havia muita expectativa. Assim como Within Our GatesMonstros se destaca por ser um filme que representa pessoas reclusas dentro da sociedade. Se aquele é a obra mais antiga que se tem conhecimento sobre negros e feito por negros, este subverte até as expectativas dos produtores. Pensado como um horror sobre pessoas com deficiência, foi transformado pelo diretor Tod Browning (na imagem acima, junto com o elenco) para algo superior.

Poderia ter caído no esquecimento como algo preconceituoso da época, mas ficou memorável por seguir o caminho contrário. O diretor, o mesmo de O Monstro do Circo e de Drácula, tinha um afeto na ideia de representar o bizarro do ser humano em seus filmes. Mas sabia também que deficiência física não é a mesma coisa que a bizarrice que o fascinava. Assim como em O Monstro, o que torna o humano verdadeiramente monstruoso é o caráter, não o corpo.

Por isso, convocou um exército de artistas deficientes para selecionar a maior parte do elenco de Monstros e segue a história de como um anão é ludibriado pela beleza de uma trapezista. E de como os amigos também deficientes dele a descobrem e dão para ela exatamente o que ela sempre gritou para eles, a monstruosidade. Em uma trama cheia de idas e vindas, Browning conta a história em enxutos 62 minutos. Isso sem perder ritmo ou ser acelerado.

Dois dos atores do filme. Um sem braços e pernas, e o outro sem metade do corpo. Ambos artistas completos.

Lembrado ainda hoje como um dos grandes filmes de horror da história do cinema, Monstros envelheceu muito bem porque a história humana por trás da violência se mantém tocante. Enquanto o terror envelhece a cada geração devido aos extremos da imaginação humana, os sentimentos continuam os mesmos. E qualquer um hoje em dia deve ser capaz de ter empatia pelos artistas deste belo clássico.

Veja o filme completo abaixo, com legenda em português e em alta definição.

P.S.: Não confundir com o outro ótimo filme chamado Monstros, de 2010.

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