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Jurassic Park 3

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Primeiro um dos grandes filmes da década de 1990, misturando aventura e ficção-científica. Depois uma continuação muito bem realizada que ainda consegue discutir alguma coisa. Então chega o terceiro, discussão aqui é item de luxo. Tudo é aventura e correria.

Por algum motivo alguém achou melhor trocar o Ian Malcolm do Jeff Goldblum e voltar com o Alan Grant do Sam Neil. A troca por si só não faz muita diferença, o que pega é que os dois fazem parte da trinca de ouro do primeiro filme. Grande parte do que os fazia genial era a interação dos dois com a personagem da Laura Dern. Cada um sozinho não tem a mesma graça.

Para fazer com que alguém que sobreviveu aos horrores das ilhas com animais pré-históricos volte para aqueles terrenos, é preciso algum engodo bem elaborado. Grant é arrastado para a ilha Sorna por conta de uma enganação. Um casal divorciado tem o filho desaparacido na segunda ilha. Para recuperá-lo, se unem novamente e partem para o local com uma equipe que supostamente fará o resgate de forma segura.

Como é de se esperar, tudo dá errado. Com menos de cinco minutos os tripulantes estão caídos em uma árvore com um dinossauro tentando comê-los através da lataria. Pouco mais de uma hora depois e o filme acabou. É rápido assim. Xablau.

Tão xablau que o filme termina com aproximadamente uma hora e vinte e cinco minutos. Descobrimos que Grant está com problemas financeiros, que perdeu a namorada e que vai ter que cancelar suas escavações. Surge uma oportunidade de ganhar dinheiro e pronto, estamos na ilha. Rapidinho morrem duas pessoas, velociraptors estão perseguindo o grupo e um super dinossauro é apresentado.

Velociraptors inteligentes e mais perigosos.
Velociraptors inteligentes e mais perigosos.

Gosto muito do fato de que existem três espécies de dinossauros vilões. Os eternos velociraptors, desta vez mais inteligentes, o espinossauro e os pterodontes. A evolução é óbvia, os raptores possuem comportamento social e conseguem se comunicar entre si, os pterodontes criam um novo nível de cena de perseguição e o espinossauro é um bicho simplesmente impressionante.

É importante levar em conta a mudança na direção. Sai Spielberg e entra o Joe Johnston. Recentemente ele vem derrapando com frequência com coisas como o remake de O Lobisomem e o filme do Capitão América. Ainda assim, ele foi o cara por trás de Querida, Encolhi as Crianças e Rocketeer, dois ótimos filmes de aventura.

Johnston possui um estilo de filmagem de ação bem particular. Seus filmes são rápidos, divertidos e muito bem filmados. Seu estilo de mudança entre efeitos técnicos e computadorizados remete muito ao de seu mestre, o próprio Spielberg. A cena dos pterodontes é ótima, tem clima de filme de horror e se desenvolve maravilhosamente. A sensação de perigo é constante. É o Johnston mostrando a que veio.

Pterodonte. Ótima cena.
Pterodonte. Grande cena.

O problema não é a parte de ação e de aventura, mas a parte de construção de história. Enquanto os dois primeiros filmes tinham um grande roteirista com histórias muito bem trabalhadas, esse terceiro teve o argumento realizado nas coxas mesmo. Quando perceberam que não poderiam fazer a obra grande que imaginavam com o tempo que possuíam, os realizadores tiraram uma ideia do nada e a filmaram o mais rápido o possível.

O resultado é uma aventura com cenas de ação bem realizadas e uma história fraca com personagens também fracos. Sabiamente, acaba rápido e se foca em ser uma grande diversão.

 

GERÔNIMOOOOOOOO…

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