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Yardbird

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Existe uma regra que quase nunca é quebrada no cinema. Pelo menos não na linha comercial: Não se mata crianças ou animais em filmes. As exceções a esta regra se dão apenas quando eles morrem fora de cena, pelas mãos de um vilão ou servem de degrau para alguma necessidade narrativa. Em filmes de terror tais mortes normalmente demonstram o modus operandi do monstro ou o mocinho de ação deve partir em vingança por eles. Yardbird segue a regra à risca.

Ruby é uma garota que vive com o pai em um ferro velho do que parece ser um futuro devastado por alguma coisa. Um dia ela vê um grupo de garotos maltratando um gato e ajuda o bicho, iniciando uma série de eventos que mudarão sua vida.
No final das contas Yardbird é muito simples. A ideia aqui, como em muitos bons filmes, não é contar uma história, mas apresentar rapidamente o drama singular presente ali. Não precisa de grandes explicações ou qualquer coisa do tipo. Apenas ver a pequena tragédia que cai sobre Ruby devido à sua situação especial.
O diretor Michael Spiccia já vinha de uma extensa carreira de produção de audiovisual, mas nada na linha de cinema. Ele conheceu o também cineasta Julius Avery e viraram sócios. A primeira parceria dos dois é este Yardbird, cujo qual Avery roteirizou. Passada a temporada de festivais do curta, os dois se uniram pra fazer o primeiro longa, Son of a Gun, com o Ewan McGregor. O filme já estreou na Austrália, mas não tem previsão por aqui. Avery foi o diretor e Spiccia o diretor de segunda unidade. Quem acompanha a dupla espera que o próximo longa seja de Spiccia.
Ele usa de sua experiência para construir a ambientação. Tons de sépia, cortes rápidos entre enquadramentos estáticos que eficientemente contam a história. Tudo serve à estilização. O que é importante porque a estilização dialoga diretamente com os conflitos de Ruby.
Ela é uma criança com poderes sem noção alguma de responsabilidade. E como é tão jovem, não tem noção também das consequências do que é capaz de realizar. Ao contrário da maioria das ficções com crianças e adolescentes com poderes, Ruby passa por um choque familiar pesado e sua reação corresponde ao que provavelmente aconteceria ao dar muitos poderes para crianças.
Ao mesmo tempo em que é aterrorizante, a regra de nunca matar um animal ou uma criança é quebrada, o que faz com que o espectador também se sinta vingado com o ato monstruoso colocado em prática. O que serve também ao final relativamente otimista. Assista abaixo. [vimeo=https://vimeo.com/108550980]
GERÔNIMOOOOOOOO…

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