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Sobrenatural: Capítulo 2

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Filmes de terror estão em alta recentemente porque tem custo de produção baixo e uma renda mínima garantida. O diretor James Wan parece que pegou o jeito de fazer essas coisas. Foi uma boa grana com Jogos Mortais, o primeiro Sobrenatural e Invocação do Mal. Com a continuação confirmada de Invocação, já são três franquias iniciadas por ele.

A continuação inicia imediatamente após o final do primeiro. Renai está confusa sem saber se o que matou a vidente Elise, foi o seu marido, uma pessoa desconhecida ou uma entidade. Enquanto a polícia investiga, o casal leva os filhos para a casa da mãe dele. Não passa um dia e Renai já percebe que não escaparam das assombrações.

Daí já surge o primeiro problema. Se os personagens sabem do mal daquelas coisas, por que diabos ficam tão tranquilos em suas rotinas? O moleque sabe que os bichos estão lá, mas vai para a escola e se diverte normalmente. A mãe sabe como aqueles espíritos agem, mas continua a rotina como se nada estivesse acontecendo.

A reação lógica do espectador é rir da bagunça. Daí tudo vai escalando. Um doido conversa com gente que não está lá. Outro começa a ver multidões de fantasmas no seu quarto. Uma personagem chega a apanhar de um espírito. Mas nada disso vai impedí-los de continuar com a rotina como se nada tivesse acontecido.

"Amor! Sua mãe durmiu assistindo TV de novo?"
“Amor! Sua mãe dormiu assistindo TV de novo?”

Então surge uma pista de viagem no tempo. Voltamos para o mundo dos espíritos onde essas viagens fazem algum sentido, com direito até a uma explicação de uma das cenas do primeiro filme. Mas essas viagens começam a permitir certas coisas estranhas, como personagens assombrando a si mesmos. Parece um paradoxo grande demais e foi me afastando da realidade apresentada.

Wan mantém seu estilo de direção. Colocando sempre os ambientes escapando aqui e ali por trás dos personagens. Causa uma expectativa de coisas que virão ou não a acontecer. Não tenta reinventar a roda e se mantém simples. O que funcionou maravilhosamente em Invocação do Mal.

Mas aqui, assim como no primeiro Sobrenatural, ele se permite estragar esses momentos com sustos fáceis, apesar de eficientes. Lá pelas tantas já estava incomodado de tantos sustos que levava. Então olhei para o lado e vi uma colega jornalista tampando o rosto. Causa medo e dá muito sustos, mas os sustos tendem a arruinar os momentos de tensão. Mas ainda é melhor em aterrorizar que a maioria dos filmes de terror.

Wan se revela um bom diretor com suas opções de fotografia e direção de arte. A forma como usa as cores e a luz impressionam. Principalmente o vermelho e o branco, que dão significado a diversas ações do filme.

"Gosto de usar branco porque sonho em casar um dia."
“O que você achou do meu vestido de casamento?”

Os protagonistas também surpreenderam. A Rose Byrne é sempre ótima e se esforça para o papel que representa. Mas quem rouba a cena é o Patrick Wilson. Sua interpretação tem diversas variações para os diversos contextos em que tem que representar. O resto do elenco, porém, é uma vergonha. Os fantasmas são péssimos, os coadjuvantes cômicos são forçados e mais momentos em que é impossível não rir aparecem.

Se você gosta de filmes de terror com entidades assombrando famílias em casas típicas dos Estados Unidos, vá sem medo. Se já está cansado do estilo, procure outra coisa.

 

ALLONS-YYYYYYYYYY…

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