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Robert Langdon no cinema – Códigos e Da Vincis (parte 1)

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Agora que o livro Inferno foi lançado, comecei a leitura da nova aventura do simbologista Robert Langdon. Para entrar no clima, resolvi rever os filmes da franquia porque… Bem, reler os livros parece perda de tempo. Depois de assistir O Código Da Vinci de novo pensei muito se valia a pena escrever sobre o filme. Decidi, no lugar, contar uma história.

Era uma vez um garotinho chamado Daniel, que sonhava virar escritor. Quando finalmente conseguiu realiza-lo, passou a escrever aquelas literaturas de aeroporto. Thrillers rápidos de capítulos curtos que terminam com um gancho para o mistério construído. Porém, Daniel tinha como diferencial uma construção inteligente para suas conspirações.

Como um profundo admirador da história da arte e de seus mistérios, suas teorias da conspiração criam conexões entre artistas e sociedades secretas. O resultado é o interesse imediato pelo que acontece. Até que o escritor criou o personagem Robert Langdon. Um simbologista (profissão fictícia) que cria empatia pela descrição de seus temores em cada situação e, além disso, pelo sarcasmo com o qual o personagem trata as tais sociedades e seus segredos.

No segundo livro do protagonista, o autor se surpreendeu ao descobrir que havia virado um best-seller. Aparentemente falar que Jesus teve filhos e que todo o catolicismo é uma mentira chama a atenção das pessoas. O Código Da Vinci se diferenciava dos livros anteriores de Daniel por não só falar mal da igreja, mas de toda a religião. E por ser o que tinha o tom mais verossímil dentre sua obra.

O livro ainda era literatura de aeroporto, mas a forma como Langdon era arrastado através do mistério do assassinato do diretor do Louvre e das mentiras do Vaticano ofendeu muita gente e rendeu o melhor livro de Daniel até então. Sem contar que o final ainda passava uma mensagem bastante positiva de Jesus Cristo.

Para quem lembra dos anos entre o lançamento do livro e do filme, sabe que O Código Da Vinci era o assunto do momento. Todo mundo sabia o que era e queria participar das discussões relacionadas. Como era previsível, alguém comprou os direitos para o cinema e saiu correndo para realizar o blockbuster.

O diretor com seu elenco.
O diretor com seu elenco.

Brian Grazer foi o produtor que comprou os direitos com parceria da Sony Pictures. Com tanta atenção voltada para eles, escolheram o Ron Howard para dirigir porque ele havia ganhado bastante reconhecimento por Uma Mente Brilhante. Os atores eram todos grandes nomes, como Tom Hanks, Ian McKellen, Audrey Tautou, Jean Reno, Alfred Molina e Paul Bettany. Até o compositor foi o grande Hans Zimmer. Tudo isso amarrado com o roteiro de Akiva Goldsman, renomado produtor e realizador.

Quando o filme finalmente estreou abrindo o festival de Cannes de 2006 foi recebido com vaias pela plateia. Howard é diretor de comédias e dramas, não de suspense. Goldsman é produtor, não roteirista. Tautou parece estar se esforçando mais para falar inglês que para atuar de verdade. O filme não tem ritmo, gasta dinheiro e cenas em coisas desnecessárias para a história e o suspense é anti-climático.

E o mullet do Tom Hanks? O que era aquilo, minhas deusas?

Não é um desastre completo. Tirando Tautou, todos os outros atores estão bem no papel. A produção é muito bem realizada. A trilha sonora do Hans Zimmer é uma das coisas mais lindas que ele já fez. E os últimos dez minutos de filme são excelentes.

Isso mesmo, dez minutos. Eu marquei no timer do aparelho de DVD.

Quando o filme alcança a duração de duas horas e trinta e sete minutos ele fica maravilhoso. Temos um diálogo excelente entre Hanks e Tautou no qual discutem a divindade de Cristo e quem ele realmente é. Logo em seguida somos apresentados a uma sequência tão bem realizada com a trilha Chevaliers de Sangreal ao fundo que só de lembrar da cena fico arrepiado.

Langdon descobrindo o mistério final na melhor cena do filme.
Langdon descobrindo o mistério final na melhor cena do filme.

Então, com duas horas e quarenta e sete minutos, o filme acaba.

Dez minutos entre cento e sessenta e sete são bons. Por isso o filme foi vaiado e criticado ao redor do mundo.

O que não impediu que ajudasse a Sony a ultrapassar a marca de um bilhão dólares naquele ano e ainda garantisse uma continuação com o outro livro protagonizado por Langdon. Mas isso pode ser deixado para a parte 2.

 

ALLONS-YYYYYYYYY…

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