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Pets – A Vida Secreta dos Bichos 2 (The Secret Lifes of Pets 2 – 2019)

Apenas infantil. Assim como o primeiro, essa é a real pegada da sequência de Pets – A Vida Secreta dos Bichos. Mas será que toda animação tem que ser profunda como Divertida Mente e tocante como Viva – A Vida é Uma Festa? Pode até ser que não, porém Pets 2 desperdiça novamente a chance de discutir apropriadamente os temas apresentados e de ser um filme lembrado por crianças e adultos.

O filme retoma a história dos bichinhos de estimação do primeiro filme, lançado em 2016, e traz mais uma mudança na vida de Max (voz de Danton Mello): Katie, sua dona, se casa e tem um filho, o Liam. No novo longa, vemos uma nova cachorrinha também, a Daisy (voz de Dani Calabresa) – que é parceira de Bola de Neve (voz de Luís Miranda) em uma missão de resgate.

A opção pelo caminho mais fácil fica clara no uso de tantos clichês, como o gato esnobe e que não se importa com nada e os cachorros bobões. O que, diga-se de passagem, vai contra o próprio título que te instiga a conhecer a vida secreta que seus bichos levam, mas entrega mais do mesmo.

Os cachorros precisam aprender a viver com o novo integrante da casa.

Dentro da falta de criatividade, o destaque vai para o protagonista, Max. O personagem parece não ter aprendido nada na jornada do primeiro filme: continua mimado e estressado com mudanças. Fica tão evidente que não sabiam muito bem o que fazer com ele que criaram uma história totalmente descolada do resto do filme para preencher tempo de tela — ele passa a maior em uma viagem à fazenda, onde aprende (de novo) a ser corajoso. No núcleo que continua em casa surge a abordagem do uso circense de animais, o que poderia ser interessantíssimo se bem tratado, porém não é. É mais clichê do dono do circo vilão macabro.

O filme pode ganhar os mais velhos pelos personagens que também foram destaque no primeiro filme — Bola de Neve, o coelho fofo, porém malvado, e Gigi (voz de Tatá Werneck), a cachorrinha de madame mais destemida e inteligente.

Ainda mais que isso, ganha pela relação entre bicho de estimação e criança. Quem cresceu ou está acompanhando o crescimento de crianças com animais em casa possivelmente vai se pegar dando sorrisinhos bobos e até se emocionando no finalzinho da produção.

Bichinhos fofos. Mais do mesmo.

Porém, mesmo no ponto de destaque o filme peca. Não sabe desenvolver com propriedade nenhuma das três tramas apresentadas. Aparentemente, os roteiristas tinham várias ideias boas, ótimos assuntos a serem abordados, mas nenhuma rendia uma hora e meia. Juntaram tudo e deram um jeito das histórias se encontrarem no final. Parece que se está assistindo a várias produções, ou a capítulos de um desenho animado, e somente no fim há uma unidade enquanto filme.

Ainda assim, não é tempo perdido. É um filme cheio de coisas fofas, cores intensas e paisagens bonitas. O filme cumpre seu papel de sequência sem real necessidade, mas não totalmente imprestável. É isto: já que fizeram, vamos levar os pequenos para uma tarde agradável e divertida no cinema.

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