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Oz – Mágico e Poderoso

OZ THE GREAT AND POWERFULAssisti Oz com culpa. Não sou exatamamente o maior fã do clássico de 1939. Quando o vi, não foi com boa vontade por conta de alguns problemas pessoais. Por isso mesmo, a imagem que tenho do filme antigo não é boa. Graças a essa culpa assisti Oz com simpatia adiantada. E também porque gosto do Sam Raimi.

Como o trailer diz, Raimi é o diretor visionário da trilogia Homem-Aranha. Também fez a trilogia Uma Noite Alucinante, Darkman e outras coisinhas muito divertidas. Depois de sair da franquia do cabeça de teia, ficou a duvida sobre qual seria seu próximo projeto. Quase foi uma versão para os cinemas de World of Warcraft. Acabou sendo esta prequela de O Mágico de Oz.
A princípio fiquei curioso sobre como a visão do diretor se encaixaria naquele universo, mas saí do cinema contente. Raimi abusa do 3D e coloca tomadas que jogam coisas na tela, viaja pelos cenários digitais explorando o ambiente e brinca muito com contrastes de cor e sombras com o apoio de animações.
As sombras se movem em animações clássicas, contraluzes fortes transformam objetos, seres e personagens em vultos. Tudo isso servindo bem à tecnologia de profundidade de campo. Mas o grande motivo pelo qual o filme funciona tão bem nas mãos do diretor é seu estilo pessoal.
Todos os filme de Raimi, incluindo os de terror, possuem uma ingenuidade em comum. Aquele tipo de ingenuidade que se via em filmes preto e branco. Assim como o filme de 39 é puramente inocente.
É algo que falta aos filmes recentes do Tim Burton. Aquele terrível remake de A Fantástica Fábrica de Chocolate poderia perder toda a malícia e se aproveitar mais dessa inocência.
Essa ingenuidade conta com intrepretações mais expressivas e exageradas. Raimi filma isso muito bem. É uma influência direta do Expressionismo Alemão com close em olhos realçados com luzes e sombras.
Tudo isso somado à computação gráfica exacerbada resulta em um visual riquíssimo, mas cansativo ao mesmo tempo. Principalmente levando em conta que o filme tem duas horas de duração. É muita panorâmica em 3D.
A história mostra como o mágico foi parar em Oz ao mesmo tempo em que revela como as duas bruxas más chegaram às suas condições do filme anterior. Serve de prequela mais para o livro que para o musical de 39. Ainda abre espaço para outros filmes da franquia.
Raimi foge bastante do original. O leão covarde não é humanóide e em certo ponto surge uma piada sobre musicais. Mesmo assim, preservam-se vários designs do filme antigo, como cenários e outros detalhes da direção de arte.
O roteiro segue uma moda que tem me incomodado. Transforma a história do mágico em uma jornada do herói, com todos os detalhes da estrutura. Isso já aconteceu com a Branca de Neve com a Kristen Stewart e até com a Alice do Tim Burton. Sem contar que deve acontecer com o João e o pé de feijão, que vai chegar como Jack – Matador de Gigantes.
A felicidade aqui é que a jornada é bem construída e faz sentido dentro do universo de Oz. Não vai ter o mágico pegando em armas nem dragões e rainhas porradeiras. É apenas um homem descobrindo o valor que não sabia ter dentro de si. Como eu disse antes, são duas horas e meia de filme, mas é grande assim por bons motivos. São ciclos bem construídos e bem fechados para cada personagem. Principalmente para a bruxa má do Oeste, que é uma personagem interessantíssima.
Os atores são ótimos, mantém a qualidade de interpretação, apesar das interpretações exageradas que o estilo exige. Principalmente a Rachel Weisz e a Mila Kunis, que parecem estar se divertindo muito em seus papeis. Além de estarem lindas de morrer, estonteantes. O James Franco acompanha as duas com eficiência, apesar de não estar tão bom e a Michelle Williams parece perdida, como se não soubesse o que deveria estar acontecendo nas cenas em que faz parte.
E os efeitos especiais são um espetáculo. Principalmente nos dois outros integrantes do grupo aventureiro do mágico, o macaco alado Finley, expressivo e realista ao mesmo tempo e na boneca de cerâmica. Ela em especial, impressiona de tão realista. O tempo inteiro é impossível dizer que não é uma cerâmica se movendo e agindo com personalidade ali.
Gostei bastante, apesar de ter algumas ressalvas, como os excessos do Sam Raimi e da CGI. Estou no aguardo para a versão do Pink Floyd.
 
GERÔNIMOOOOOO…

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