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Na sala – X-men 2

Movie-Theater

Em maio de 2003, X-men 2 era um dos maiores blockbusters do ano, senão o maior. Os filmes de super-heróis estavam começando a fazer sucesso e o primeiro filme da série foi muito bem aceito por praticamente todo mundo. A espera era gigantesca e a Fox fez um lançamento adiantado no Brasil. Dois dias antes da data de estreia, alguns cinemas fizeram algumas sessões da produção. Eu estava em uma delas.

O horário marcado para o começo era 17h30. Então, é claro, a fila gigantesca de pessoas com o ingresso na mão estava entrando às 15h30. Parece exagero, mas eu sou capaz de jurar pela obra do Sergio Leone que é verdade. O que significa um de dois. Ou foi o que aconteceu de verdade, ou minha lembrança do momento se alterou, apesar de eu acreditar no que não ocorreu de fato.

Estava acompanhado de um amigo também chamado Vinícius. Havíamos avisado uma amiga próxima que também é fã de cinema e por quem eu possuía uma paixão. Ela apareceu com outro colega nosso com quem estava ficando. Então os dois se sentaram lá no fundo da sala para poderem se beijar à vontade.

No entanto, ela estava interessada em assistir ao filme e queria comentar sobre conosco. Portanto, nessas duas horas prévias ao começo da projeção, ela aparecia constantemente ao nosso lado para tentar conversar sobre algo. Seguida sempre por seu acompanhante querendo continuar os beijos.

Os dois Vinícius sentaram-se em um lugar no meio da sala. Posição que eu considero, ainda hoje, uma das melhores em um cinema. Agora imagine uma sala lotada em uma quarta-feira com pessoas esperando para assistir a pré-estreia de um dos maiores arrasa-quarteirões do ano. Pessoas que tem tempo livre em um dia de semana à tarde com duas horas para matar.

Se não foi capaz de imaginar, acredito que a expressão “feira da uva” descreve bem a festa que as pessoas faziam por lá. Eram gritos, engraçadinhos berrando piadas para tentar fazer toda a sala rir e todo o tipo de inferno que a situação permite. A dupla de Vinícius não ficou de fora. Ambos estavam quietos em seus assentos, mas eram dois adolescentes e estavam se divertindo com a bagunça alheia.

Até que, nos lugares na nossa frente, um casal começou a cochichar algo um pra o outro. A mulher parecia tímida, olhava para os lados e ficava fazendo negativas para o homem. Ele continuou tentando convencê-la. E isso tudo no meio do barulho excessivo e da muvuca.

Então a mulher se levantou. Usava uma micro-saia jeans e sentou no colo do namorado. Tudo tentando ser extremamente discreta. Os dois mexeram bastante em algo no colo dele e de repente começaram a se mover lentamente. Para falar a verdade ela se movia e ele apenas falava algo.

Depois de minutos observando, finalmente entendi o que os dois estavam fazendo. Neste momento o outro Vinícius estava conversando com a nossa amiga que havia fugido novamente de seu parceiro oral. Quando ela finalmente foi levada para o fundo com seu ficante, cutuquei meu chará e expliquei o que estava acontecendo bem ali na nossa frente.

Mais minutos se passaram com os dois Vinícius assistindo incrédulos àquele evento. Olhamos para todos os lados procurando outros espectadores daquilo. Mas aparentemente só nós dois percebemos o nível da intimidade de nossos vizinhos de assento.

Qualquer dúvida que tínhamos sobre suas atividades sumiram quando os dois começaram a tentar esconder expressões de prazer no rosto. Até que a mulher soltou um gemido um tanto mais alto e jogou a cabeça para trás. Pouco depois o homem a puxou para si e tremeu um pouco. Ficaram sentados daquele jeito por algum tempo até que se recompuseram.

Ela se levantou, arrumou alguma coisa por baixo da saia tentando ser discreta e ele fechou o zíper da calça. O tempo passou, o filme passou. Uma experiência maravilhosa, diga-se de passagem. Mas a grande lembrança ficou por conta do casal de desconhecidos e sua desinibição sexual. Jamais esquecerei. Acredito que o outro Vinícius tampouco.

 

FANTASTIC…

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