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Minha Vida Dava um Filme

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Antes do início do filme, eu e os outros jornalistas brincávamos com o quanto o título nacional desse filme (no original se chama Girl Most Likely) parece nome de comédia brasileira. Mal sabíamos que a qualidade do filme é igual a de comédias brasileiras. Eu até pesquisei algum envolvimento da Globo na produção depois.

Conta a história de Imogene. Após perder o namorado e o emprego, ela finge o suicídio para chamar a atenção das pessoas. Como consegue enganar todo mundo, é obrigada a ficar sob observação de parentes. Então sai de Nova Iorque para Nova Jersey, onde terá que lidar com a família da qual se afastou a tanto tempo.

Imogene com a mãe. Convívio forçado.
Imogene com a mãe. Convívio forçado.

A premissa não é ruim por si só, mesmo sendo uma repetição de um padrão já um pouco desgastado. O que pega é a realização. Dá pra ver que o filme é uma realização que deu certo por conta da atriz principal e produtora Kristen Wiig. Recém saída do sucesso enorme que foi Missão Madrinha de Casamento, o nome dela já estava grande o suficiente para dar dinheiro para uma produção desse nível.

Mas antes é bom considerar o histórico dela. Ano passado ela também participou de um outro filme chamado Solteiros com Filhos. Uma participação pequena em uma produção que é visivelmente feita com apoio de amigos e favores. Isso aqui é bem parecido. A roteirista é uma atriz, os diretores não possuem muita expressão e todo mundo parece ser um grupo de conhecidos por trás dos panos.

A diferença deste para Solteiros com Filhos é que aquele possuía um roteiro bem escrito com um grupo de atores maravilhosos atuando com uma química excelente. Além de um tom mais sério. Este aqui parece uma cópia pobre de Missão Madrinha de Casamento. Imogene se assemelha bastante com a personagem de Wiig do grande sucesso e o desenvolvimento do roteiro é tão ruim quanto.

O filme se propõe a ser uma comédia. Mas o ritmo das cenas arruínam as piadas quando essas são boas. A protagonista não desperta empatia e tudo o que acontece na trama é feito para curar a insônia. Os personagens são um grupo de estereótipos que não funcionam para as piadas que deveriam criar.

É ruim ver um filme mal dirigido. Os enquadramentos não são bonitos, não possuem profundidade de campo nem significam nada. Apenas mostram os atores dizendo as falas e ponto. Piora quando a montagem não acrescenta ritmo ao desenvolvimento dos fatores importantes. Em certas cenas, os cortes simplesmente não fazem sentido com a continuidade.

Imogene é uma mulher inteligente, bonita e talentosa cujos problemas são resultados de preguiça e má vontade. Todos os problemas seriam resolvidos se ela sentasse e trabalhasse. Ao invés disso ela só reclama e fica esperando que os outros a ajudem. Todas as suas tentativas são fúteis antes mesmo das realizações. Fica impossível para o espectador torcer quando já sabe que a cena a seguir é uma coisa inútil. Tanto o é que o suposto final feliz do filme é atingido com ações que não tiveram relação com nada do que aconteceu durante o próprio. Pior ainda, tais ações nem aparecem sendo realizadas pela protagonista.

Dói ver bons atores em papéis ruins. Além de Wiig se repetindo, é um desperdício ver uma atriz do naipe da Annette Bening como a mãe brega e perdida. Outro que sobra é o Matt Dillon. Seu personagem é uma piada sem graça que anda por aqui e ali no cenário. O novo interesse amoroso de Imogene é mais um desses carinhas de rosto bonito. Depois descobri que ele é saído do seriado Glee. Ironicamente é um dos mais expressivos do elenco.

Que surpresa. O carinha do Glee foi escalado para cantar no filme.
Que surpresa. O carinha do Glee foi escalado para cantar no filme.

Minha Vida Dava um Filme seria menos decepcionante se o elenco fosse de atores de novela, com um Daniel Filho na direção. Neste caso não seria surpresa o filme ser tão ruim quanto é.

 

ALLONS-YYYYYYYYY…

1 comentário em “Minha Vida Dava um Filme

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