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Maze Runner – Correr ou Morrer

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Mais uma adaptação de uma série de livros que é sucesso entre o público infantojuvenil. Dentro dessa linha, já houveram diversos tipos de moda. Harry Potter liderou a moda de magia e bruxaria, Crepúsculo a moda de romances sobrenaturais, Jogos Vorazes de ficção-científica pós-apocalíptica. Maze Runner, felizmente ou não, não se encaixa em nenhuma.

Thomas acorda em um elevador que o leva, junto a diversos suprimentos, a uma clareira cercada por um imenso labirinto. Ele é apenas mais um entre centenas de adolescentes que presos ali sem memória além do nome pelos últimos três anos. A única saída do local é através do labirinto, mas ninguém nunca conseguiu encontrar o caminho para fora. A chegada de Thomas, porém, inicia uma série de mudanças que surpreendem a todos.
Nada de magias, nada de romances supérfluos, nada de sociedades distópicas. Se existe alguma coisa com a qual Maze Runner pode ser comparado, essa coisa é Lost. Grupo de pessoas desconhecidas se encontra preso em local isolado e uma série de mistérios coloca suas vidas constantemente em perigo. A cada resposta, três perguntas surgem. A grande diferença é a troca de passageiros aleatórios de um avião comercial por adolescentes do sexo masculino em forma. Tal qual a série de TV, a graça é o suspense ao redor do mistério e a relação entre os personagens.

The-Maze-Runner-6Os meninos encaram a entrada do labirinto.

Os roteiristas novatos Noah Oppenheim, Grant Pierce Myers e T. S. Nowlin adaptam o livro com um ritmo fluído e boa estrutura. A coerência, entretanto, sofre com pequenos detalhes ilógicos. Mas estes são raros e pequenos. Alguns, inclusive, requerem uma análise bastante aprofundada nos eventos. Ainda assim, outros detalhes falhos são óbvios. Mas os defeitos podem ser advindos do material original, e não do roteiro adaptado. O problema é que a franquia já conta com cinco livros e, ao contrário de outros inícios de “sagas” infantojuvenis, o final desta primeira parte não responde praticamente nenhuma pergunta levantada, deixando que os questionamentos só sejam preenchidos no último capítulo.
Veterano nas áreas de efeitos especiais e design de produção, Wes Ball debuta como diretor. Essa transição normalmente resulta em produções cujos visuais são ótimos e os filmes finais são péssimos, mas Ball é eficiente. Consegue criar suspense através das situações complexas em que os personagens se encontram. Quando seres do labirinto ou o próprio ameaça os protagonistas, há uma sensação de que eles podem realmente morrer. Quando as paredes se fecham, a claustrofobia é incômoda. Quando se encontram em situação de perigo, passam por cenas de ação bem conduzidas.

Maze-Runner-Canvas-CoverBons efeitos digitais fazem com que o labirinto pareça de verdade.

Os efeitos especiais dão a noção de escala necessária para a estrutura gigante ao redor da clareira e fazem com que aquele mundo pareça crível. O trabalho dos jovens e esforçados atores ajuda bastante. Nenhum se destaca, mas o grupo sustenta com naturalismo aquele universo. Com exceção da única integrante do sexo feminino que é incapaz de demonstrar emoções.
Maze Runner é um mistério divertido que nunca satisfaz o espectador com respostas. Ainda assim, é um suspense bem conduzido com boas cenas de ação e alguns momentos de interação inspirados entre os personagens. Não é tolo ou ingênuo como a maioria de seus concorrentes de público alvo. Só por isso já se destaca entre os demais. A continuação já foi confirmada. Que o filme final com a resposta seja produzido para dar alguma satisfação ao espectador que vai curtir seus mistérios.
 
ALLONS-YYYYYYYYYY…

2 comentários em “Maze Runner – Correr ou Morrer

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