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Em boca fechada não entra mosca.

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O José Padilha soltou a seguinte afirmação sobre seu remake de Robocop: “Não acho que temos um ótimo filme, temos um clássico”. Temos um problema, caro, José. O diretor está se revelando um cara orgulhoso demais. Quanto mais alto, pior a queda. Já não bastasse o nível de atenção só por ser um remake de um clássico da ficção-científica e por ser a estreia do diretor da maior bilheteria da história do Brasil em Hollywood. Ainda houve as  discussões entre o cineasta e os produtores. Robocop é um filme que está em alta no momento. Não precisa desse tipo de presunção.

Parece mimimi, e talvez até seja. Mas convenhamos, artistas tendem a ser pessoas metidas, se erram jogam a culpa nos outros, se acertam apenas acham que estão em seu lugar comum. Vide o Hitchcock tal qual ele é representado no filme com o Anthony Hopkins. Quando um cara se considera um gênio ele começa a fazer besteiras. Se não for com sua arte, é em nível pessoal.
Quando Batman – O Cavaleiro das Trevas foi lançado, perguntaram ao David S. Goyer e ao Christopher Nolan como fizeram um filme tão incrível. A resposta foi “apenas estávamos tentando fazer um filme bom”. Simples assim. Os caras queriam fazer algo bom e ficou melhor do que eles esperavam.
Já na continuação O Cavaleiro das Trevas Ressurge, Nolan disse que fez um filme com discussão social, sobre ditaduras e sistemas políticos totalitários. Toda a baboseira sobre o Bane quebrar a coluna do Batman e os outros defeitos ele culpa nos fãs. Disse que se não fizesse aquelas coisas os fãs o matariam. Que beleza, hein. Vamos jogar fora a qualidade da obra por conta da opinião dos outro. Não surpreende o quanto aquele filme foi ruim.
Outro que se meteu a dizer que seu filme seria bom antes da finalização foi um tal de John Moore. O último filme desse maluco foi esse Duro de Matar que passou nos cinemas recentemente. Antes ele fez um treco chamado Max Payne, com o Mark Wahlberg. Já assistiram? Eu queria não ter visto também.
Antes de Max Payne sair, Moore anunciou que seu filme seria muito superior ao filme do Nolan com o Coringa, que foi lançado mais cedo naquele ano. O resultado é história.
Gosto do Padilha, acho ele um senhor diretor de ação, de narrativa, de domínio de linguagem e de debate social. E Robocop é um filme que tem tudo isso. Portanto parece lógico que ele faça um filmão. Mas anunciar que o filme será um clássico não é um bom sinal.
Seja como for, dedos cruzados para Robocop e José Padilha.
 
GERÔNIMOOOOOO…

3 comentários em “Em boca fechada não entra mosca.

  1. Mas o Padilha não deu essa declaração para a imprensa. Foi uma simples mensagem de voz que ele eniou para Abbie Cornish, atriz do filme, que por sua vez citou tal mensagem em uma entrevista quando perguntada se o filme seria “kick ass”.

      1. Olha, acho que presunção faz parte do ‘pacote’ quando se trata de bons diretores, rs. As vezes é difícil dissociar presunção de visionarismo, ainda mais no caso do Padilha, que tem esse perfil vanguardista e como você citou, Hitchcock era um bom exemplo disso mas deixou seu legado, em parte graças a sua presunção,rs. Eu fico contente pelo Padilha estar feliz com o desenrolar da produção a ponto de chamar o filme de clássico, mesmo que prematuramente mas especialmente depois de ter dito estar sofrendo com falta de liberdade criativa, etc.. Vamos aguardar, estou ancioso para ver o filme.

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