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Aquaman (2018)

Texto de Renaro Cardozo.

Começarei este texto de uma forma diferente. Antes de entrar nos comentários sobre o filme Aquaman, explicarei minha incredulidade com os longas da Warner Bros./DC Films. Desde que foi criado o Universo Estendido DC (DC Extended Universe no original), as produções dividem opiniões, alguns amam, outros detestam. Eu estou no segundo grupo.

Em 2013, fui cheio de expectativas assistir ao Homem de Aço, o primeiro filme desse universo compartilhado nos cinemas. Entendo que eles queriam fugir da chamada fórmula Marvel (estilo padrão das histórias contadas pelo estúdio da rival nos quadrinhos, Marvel Comics, dona da franquia dos Vingadores, entre outras), mas erraram a mão. Enquanto a Casa das Ideias, apelido da concorrente, produzia películas coloridas com uma mão pesada no humor, a DC quis apostar em quadros escuros e praticamente eliminar a comédia do seu mundo.

O problema é que esse recurso narrativo não funciona com a maioria dos personagens da DC adaptada para a telona. Mas não dá para creditar meu desgosto ao assistir a esses longas apenas a isso. Os roteiros também foram bem fracos. Não que os filmes da Marvel tenham grandes histórias, mas a dosagem certa principalmente de ação e humor, e elencos bem carismáticos fizeram e fazem toda a diferença.

AQUAMAN
Colorido? Sim, senhor.

Porém, algumas mudanças no comando da DC Films a partir de 2016 fizeram o estúdio rever essa decisão. Em Mulher-Maravilha (2017), os espectadores receberam um filme mais colorido e engraçado em comparação aos anteriores do universo compartilhado.

Por que dei todas essas explicações? Para deixar claro quando digo que Aquaman é um acerto da DC Films. Mas não vá ao cinema esperando um Logan (2017) nem mesmo um Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016). Vá ao cinema esperando um longa divertido como os da rival, que utilizam bem a fórmula Marvel.

Na história, passada após os eventos de Liga da Justiça (2017), temos Arthur Curry, o Aquaman (Jason Momoa), sendo chamado para assumir o trono de Atlântida. Filho da rainha Atlanna (Nicole Kidman) com um homem da superfície, Arthur é a única chance de evitar uma guerra entre humanos e os reinos subaquáticos. Para ajudá-lo na sua jornada do herói, temos a princesa Mera (Amber Heard) e o conselheiro Vulko (Willem Dafoe).

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Pai terráqueo e mãe das profundezas. Vida dividida. E com muita cor.

Uma história simples, porém, bem contada (para os padrões já citados) pelo diretor australiano James Wan. Sim, o mesmo que trouxe Invocação do Mal, Anabelle e todo esse universo. Mas que mostrou que entendia de cenas exageradas de ação em Velozes e Furiosos 7 (2015).

Nas suas mãos, Momoa e Amber até funcionam juntos, protagonizando boas cenas de ação e humor. Deixo claro que funcionam dentro dos limites desse tipo de filme.

Quanto aos vilões Orm (Patrick Wilson) e Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II), têm certo desenvolvimento, você entende os motivos do ódio deles, não são apenas maus e ponto. O que, para mim, já ganha pontos. E as atuações estão muito boas.

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Kamen Rider, é você? Vilão Arraia Negra é bem fundamentado.

Sobre os efeitos de computação, deixam a desejar em algumas cenas, mas, no geral, estão bons, principalmente nos cenários de Atlântida, que ficou majestosa.

Em relação às cenas de ação, muitas são acompanhadas de momentos impactantes dos personagens, o que fará muito fã do herói vibrar na cadeira. Outro motivo de comemoração dos seguidores do Aquaman nos quadrinhos são os visuais, que estão bastante fiéis aos da nona arte.

Por fim, após anos sendo motivo de piadas, o rei dos mares, enfim, ganhou uma aparição digna de respeito.

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