Uma Aventura LEGO

Um filme sobre… Lego? Pensando a princípio parece impossível. Mas se lembrarmos direito o filme de Batalha Naval virá à memória. E se alguém conseguiu tirar duas horas e meia de argumento daquilo, não é tão difícil de acreditar que esse filme do Lego está chegando aos cinemas.

Mas que história contar com Legos? Os famosos brinquedos de montar são tão famosos ao redor do mundo que conseguiram direitos autorais para realizar versões de praticamente todos os personagens populares do mundo. Tem Lego de personagens da Disney, da Marvel, da Lucas Arts, da DC, da Fox, da Warner e por aí vai. Foi onde a Warner saiu na frente ao garantir a produção do negócio. Então a animação ganha os heróis de seus filmes e desenhos.

Mas a história não é sobre esses personagens. Emmet, um simpático boneco de Lego sem personalidade descobre ser o escolhido para salvar o mundo da destruição. A grande sacada em colocar não apenas um boneco desconhecido, mas um boneco operário é o que vai levantar a mensagem a ser passada.

Existe uma profecia sobre esse tal escolhido. De acordo com ela, Emmet é uma pessoa especial e única no mundo. Não gosto muito deste tipo de argumento porque normalmente o protagonista não faz algo para ser digno de ser o herói, ele apenas é porque disseram que ele deveria ser.

Mas eis a brincadeira. Não importa o quanto digam que o herói da profecia seja especial, Emmet simplesmente não consegue demonstrar nada que o faça ser diferente de qualquer outra pessoa. O que vai levar à questionamentos muito bons para as crianças. Afinal, o que faz de uma pessoa especial e o que diferencia um alguém dos outros?

No meio dessa seriedade, os diretores Christopher Miller e Phil Lord brincam à vontade. Eles sabem que um filme sobre Lego não é sério, então o clima é de piadas e gags visuais. É tão rápido que nem dá para perceber algumas entre as risadas. Nada é sério. O filme zomba de todos os principais heróis da DC, especialmente o Lanterna Verde. Também brinca com toda a ideia de um universo que existe ao redor de peças de plástico.

As piadas são inventivas, não ofendem e devem agradar tanto os adultos quanto as crianças. O ritmo é acelerado porque o filme está brincando consigo mesmo com suas piadas aceleradas. O que funciona bem, apesar de causar estranhamento. Mas gera alguns problemas como as cenas de ação e de luta. Essas são tão rápidas que é impossível entender o que está acontecendo na tela. E como são personagens de plástico, não capturam o interesse de ninguém.

O filme é feito com uma animação em stop-motion que talvez seja a mais bem feita que eu já vi. Tudo é feito com peças reais de Lego. Se surge uma explosão, a explosão é feita com Legos animados para reproduzir as labaredas de explosões. Impressiona principalmente nas animações do oceano, que parecem água de verdade, mas também são apenas peças de Lego animadas.

A versão brasileira está com uma tradução inspiradíssima, com uma mixagem excelente. Mas tem seus problemas, como o fato de que o Guilherme Briggs dubla uns vinte personagens através do filme. Ainda assim, é um primor se comparado com os problemas técnicos da dublagem de Frozen.

Infelizmente, a versão dublada corta a chance de conferir participações de nomes como Will Ferrell, Alison Brie e Morgan Freeman. Além de diversos comediantes que certamente enriqueceram o filme com suas improvisações.

No final das contas, Uma Aventura Lego é uma comédia divertida com uma lição muito válida para as crianças. É um pouco mais longo do que realmente precisava ser, causando um pouco de cansaço, mas consegue se salvar com seu bom conteúdo.

 

FANTASTIC…

ERRATA

Apesar do que escrevi no texto, a animação foi realizada em computação gráfica, não em stop-motion. Isso pode ser provado por este vídeo.

[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=aq_tqsasgoI]

Deixo aqui minhas desculpas pelo erro.