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Um Lobisomem Americano em Londres

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Taí um filme que eu queria assistir desde pequeno. Ainda considerado por muitos como o melhor filme de lobisomem atualmente, é um tanto quanto obrigatório para fãs de terror e das criaturas. Então pensei, por que não assistir e deixar a crítica pronta para o Dia das Bruxas? Mato dois coelhos com uma cajadada só.

David viaja como mochileiro para Londres com seu amigo Jack. No caminho os dois são atacados por uma coisa que mata Jack e deixa David ferido. Ele acorda quase um mês depois em um hospital na cidade, com muitos pesadelos bizarros e sob os cuidados de uma linda enfermeira por quem se apaixona. Porém, seu amigo falecido Jack volta para assombrá-lo e dizer que ele virou um lobisomem e precisa ser morto antes que comece a matar.
O filme é basicamente uma revisão do clássico O Lobisomem, da Universal. Mas ele o adapta para tempos modernos e coloca um americano em terras britânicas para ser mais vendável nos Estados Unidos. Ele discute qual a decisão moral apropriada para um homem que sabe que vai matar pessoas quando anoitecer. Até o final dos dois filmes é parecido.
É um clássico por diversos motivos. Como já disse, ainda é considerado como o melhor filme de lobisomem já feito. A categoria de Melhor Maquiagem no Oscar foi criada só para premiar o trabalho do Rick Baker na produção e duas cenas entraram na memória popular. A extraordinária transformação de David no canino monstruoso e a cena em que dialoga com o amigo desfigurado. Se pudesse dar um prêmio de melhor maquiagem em um filme em toda a história, este ainda mereceria a vitória.

an-american-werewolf-in-london-2Jack volta para conversar com David. “Taca um band-aid aí, campeão!”

Porém, como releitura de uma narrativa clássica, ele se atém ao padrão. O roteiro desenvolve a trama para que David vire o bicho por aproximadamente uma hora. Ele vira o bicho e o questionamento de sempre relacionado ao monstro toma conta da tela. Não é nada original, tirando a contextualização na década de 1980 e os incríveis efeitos especiais.
O diretor John Landis vinha da comédia típica do período quando se meteu a fazer esse filme. Desde então foi nomeado como um dos grandes do terror. O interessante é que na parte mais humana, ele tenta fazer humor com as situações bizarras em que David se encontra por conta de sua nova condição. Justamente nessa parte é quando Landis mais erra a mão. Quando o horror toma conta da produção é que o filme funciona.
O diretor filma a transformação passo a passo com cuidado, trocando de takes e fazendo parecer algo realmente doloroso para quem vê. É agoniante ver David gritando em desespero enquanto vê seu corpo se alterando diante de si. Como não tinha muitos recursos na época para mostrar o bicho matando pessoas, ele faz uma edição paralela entre ele matando na rua e os personagens secundários mais importantes investigando sua origem.

an-american-werewolf-in-london-w1280Transformação agoniante.

No entanto, é preciso dizer que o filme envelheceu mal. Não em valor de produção, porque os efeitos e maquiagem mantém-se impressionantes. Mas em contexto. Os cabelos, as interpretações, a trama como um todo. Tudo soa esquisito após mais de trinta anos do lançamento original. Ainda assim, é um dos melhores filmes de lobisomem que o mundo já viu. O que não é necessariamente um mérito do filme, mas um demérito de todos os outros.
 
ALLONS-YYYYYYYY…

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