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Um filme, sete bilhões de experiências.

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Alguém aí lembra de Juno? Aquele filme que roubou toda a cena da indústria estadunidense alguns anos atrás quando colocou como protagonista uma adolescente grávida que era bem humorada e inteligente. O filme era a estreia no cargo de roteirista da Diablo Cody. Era o segundo de Jason Reitman. E também era um filme que dividia a opinião de todos os que o viam.

Não que as pessoas achavam o filme ruim, bom, médio e por aí vai. Para falar a verdade, quase todo mundo adorou. O que quis dizer sobre a divisão das opiniões é que niguém entendia a mesma coisa. Lia textos de gente dizendo que se tratava de um romance inteligente, outros falando sobre drama da solidão.
Mil e uma pessoas estudiosas de cinema dizendo coisas que nem sempre faziam sentido. Todas opostas umas às outras. Então chegou às minhas mãos um texto da Lya Luft sobre o filme.
Como ela mesma diz no começo do texto, ela não é entendida de cinema. Mas a experiência foi suficiente para querer escrever um texto sobre ele. E a opinião dela se resumia a isso: Uma história tocante sobre pessoas passando por situações limites para as quais nenhuma está preparada.
É claro que a autora escreveu muito mais que apenas essas palavras. Ela discutia o drama da adolescente que compensa seus desespero com humor, do “pai” dispensado pela mãe mesmo quando quer ajudá-la, dos pais que precisam lidar com a filha grávida dentro de casa, do casal querendo adotar um bebê e o medo de serem rejeitados mais uma vez.
É claro que um crítico descreveria como todos esses dramas são bem realizados pela parte técnica do filme. Mas Luft se focou em falar sobre todos os terrores pelos quais os personagens passam e de como eles a sensibilizaram. E de repente me toquei que a Lya Luft tinha entendido todos os dramas e conflitos do filme, alguns mais que vários críticos.
Não estou dizendo que ela entendeu a obra melhor que todo mundo. Só que ela viu coisas que a maioria não viu. E essa é a grande beleza do cinema, todo mundo vê um filme diferente.
Juno é um exemplo interessante porque cada pessoa experiencia filmes muito diferentes uns dos outros. Mas mesmo coisas como Battleship – A Batalha dos Mares cria noções diferentes para cada espectador. Conheço pessoas que saíram achando Battleship uma comédia fenomenal. Outras saíram exaltadas pelo espírito nacionalista. Eu e a grande maioria das pessoas saíram com a sensação de ter jogado fora duas horas e meia de suas vidas.
Por isso sempre direi que toda opinião é válida. Porque as opiniões revelam os diferentes filmes dentro de uma única obra. Mesmo aquele indivíduo que considera Fúria de Titãs uma obra-prima tem uma opinião que merece ser respeitada. Por mais que ele não seja capaz de defendê-la através de argumentos válidos sobre cinematografia.
 
GERÔNIMOOOOOO…

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