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Terror nacional

Foto 4 - Rodrigo Aragão modelando o Baiacu - Sereia, monstro de Mar Negro

O cavalheiro da imagem acima se chama Rodrigo Aragão. A cria que o acompanha na foto é o monstro de seu último filme, Mar Negro. Isso mesmo, um monstro. Rodrigo Aragão é diretor de filmes de terror brasileiros. Nada de favela ou comédias com roteiro de teatro. Nada de filmes introspectivos ou acadêmicos. O negócio aqui é sangue.

Mar Negro estreou em Maio no Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre. É o capítulo final de uma trilogia que conta com Mangue Negro e A Noite do Chupacabras. O filme já recebeu proposta de distribuição para o Japão, o México, a Colômbia, o Chile, a Argentina e o Uruguai. No Brasil, nada.

Aqui, os filmes de Aragão não conseguem exibição nem em festivais normais. Para passar em algum lugar, o diretor precisa fazer todo o trabalho independentemente. Quando até filmes com distribuidoras internacionais não chegam em todas as cidades.

Isso é um reflexo de como o mercado nacional lida com filmes de terror. Quando é uma dessas produções mambembes estadunidenses o público vai em peso para ver. Por que quando é brasileiro ninguém respeita?

Mojica Marins foi quem conseguiu mais sucesso com sua criação, o Zé do Caixão. Hoje em dia, o personagem é considerado uma piada como produção trash pela grande maioria. Poucas pessoas sabem que os filmes são muito bem feitos com uma produção bem trabalhada.

Zé do Caixão, personagem maior do terror brasileiro.
Zé do Caixão, personagem maior do terror brasileiro.

Para falar a verdade o personagem é mais famoso lá fora, com seu nome internacional Joe Coffin, que aqui. Sem contar que quase ninguém sabe que a carreira de Marins não se resume apenas aos filmes do personagem. Além de várias pornochanchadas, ele também fez outras ótimas obras, como o filme O Despertar das Bestas, também conhecido como O Ritual dos Sádicos.

Existem outros diretores de terror perdidos por todo esse território. Mas infelizmente, quando se pensa em um filme brasileiro de lobisomem, o que vem a mente é O Coronel e o Lobisomem. Nada como produções menores, como Um Lobisomem na Amazônia, do Ivan Cardoso. Mesmo que o filme conte com atores globais e até nudez.

As moçoilas de Um Lobisomem na Amazônia com seu diretor, Ivan Cardoso.
As moçoilas de Um Lobisomem na Amazônia com seu diretor, Ivan Cardoso.

O que fazer para mudar esse quadro? Vamos assistir esses filmes. Existe muita porcaria e muita coisa trash. Lembrando que ser trash não necessariamente significa que o filme é ruim. O 100% independente Capital dos Mortos é divertidão, apesar de extremamente mal feito.

Vale a pena ir atrás.

 

FANTASTIC…

1 comentário em “Terror nacional

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