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Seven – Os Sete Crimes Capitais

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Seven é um daqueles filmes que sofreu com o próprio trunfo. Tal qual O Sexto Sentido, O Planeta dos Macacos e Psicose, o final da produção é tão icônico que é quase impossível não saber como ele termina nos dias de hoje. Infelizmente, eu o assisti quando criança e não tinha a capacidade de compreender totalmente o significado da mensagem final do assassino. Na hora de rever, já conhecia o fim apesar de assistir como se fosse pela primeira vez.

O detetive de homicídios William Sommerset (Freeman) está a uma semana de se aposentar quando recebe como parceiro um jovem e empolgado David Mills (Pitt). O primeiro caso que pegam é o de um assassino serial que revela aos poucos sete vítimas, cada uma representante de um dos sete pecados capitais. O que quase foi um simples suspense de investigação policial se tornou, graças ao diretor David Fincher, uma pérola destinada a se tornar clássica. E que hora melhor para revisitar o filme do que nas vésperas do ano em que ele completará vinte anos de lançamento.

brad-pitt-morgan-freeman-seven-cityA esperança despedaçada e a sabedoria cansada. Personagens significativos.

Andrew Kevin Walker, o roteirista, escreveu uma história sobre três homens. Dois parceiros que são opostos e, eventualmente, um assassino que é o resumo dos dois. Sommerset só quer se aposentar porque está cansado da podridão humana. Ser detetive de homicídio o aproxima de atos que ele já não consegue mais compreender ou aturar e a aposentadoria é o caminho para escapar dessa loucura. Mills, por outro lado, entrou para o departamento justamente porque acredita que o mundo merece ser salvo. Sommerset é calmo, inteligente, metódico e racional. Mills é inquieto, impaciente e emotivo. A todo momento e em cada diálogo, fica claro que Sommerset sempre sabe mais e sempre tem os melhores argumentos. O assassino quer mudar o mundo como Mills e está enojado com o mesmo tal qual Sommerset. Com as mortes, ele vai fazer com que os detetives se choquem com suas perspectivas.

Uma das coisas mais interessantes, e perturbadoras, do filme é a percepção de que, no decorrer da trama, o assassino sempre está dois passos a frente. A sensação ao término é a de insegurança. Justamente por conta disso o final é tão poderoso. Fincher trabalha as imagens como se houvesse uma camada de sujeira por cima de todo o mundo e as luzes só iluminassem metade dele. Por isso mesmo a mensagem final de Sommerset ressoa tão forte.

seven2Enquadramento icônico. Mills aponta a arma para o espectador.

Chega a ser triste ver a interpretação de Morgan Freeman neste filme. Ele está tão bom como o homem metódico que já não se importa mais com as pessoas ao seu redor que lembrar de seus últimos trabalhos desanima. Brad Pitt também trabalha muito bem o descontrole e a esperança de Mills. A princípio parece um sujeito ilógico, mas aos poucos seus trejeitos fazem mais sentido. Um excelente trabalho da dupla de atores.

Uma das várias pérolas de David Fincher. Apesar de lembrar do final quando o revi, havia esquecido de como ele funciona dentro do contexto do filme completo. Sem gostar dos personagens até aquele ponto ou acompanhar a discussão do trio, o desfecho não tem o mesmo impacto. Ele vai além da surpresa e tem significado maior do que ser apenas um plot twist.

 

FANTASTIC…

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