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Segurando as Pontas

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Minha caríssima amiga e colaboradora do blog já explicou muito bem porque filmes sobre e para maconheiros são ruins. Não dá para argumentar contra, principalmente após uma revisão desse Segurando as Pontas, cuja proposta é bem simples: um filme de ação para maconheiros.

Um funcionário do governo que passa seus dias distribuindo intimações e fumando maconha testemunha um homicídio. Ele procura seu distribuidor da droga, que também é seu amigo, e juntos se vêm presos em uma guerra entre dois cartéis de tráfico.

A trama, se contada de forma séria, daria um bom filme policial. Cheio de clichês e reviravoltas do gênero de ação, o filme troca toda e qualquer ideia de verossimilhança ao colocar dois protagonistas que passam aproximadamente 95% do tempo sob o efeito do narcótico.

Os dois acabam perdidos entre as alucinações e a falta de compreensão da realidade. Assassinos e policiais querem matá-los, mas em seus delírios acabam se perdendo em uma floresta. Só lembram de pessoas queridas que podem ser colocadas em perigo depois de dias e muitas vezes esquecem do que estão vivendo para sentar e falar sobre coisas que não tem relação com a história.

Nesse sentido, o filme faz uma reflexão interessante sobre o gênero que parodia. Os dois escapam com frequência da morte porque os efeitos das drogas sobre seus sentidos os faz agir de forma imprevisível. Não são gênios nem querem se meter com os vilões, mas acabam influenciando a guerra dos cartéis cada vez mais porque estão completamente fora de si.

Daí surgem momentos em que os vilões são mostrados como pessoas comuns. Muitos deles também usuários. Não são grandes chefes e traficantes do mal. Na verdade, são tão idiotas e perdidos quanto os “heróis”. É uma reflexão interessante quanto aos estereótipos de filmes policiais sobre o tráfico de drogas.

Os vilões são tão burros e maconheiros quanto os heróis.
Os vilões são tão burros e maconheiros quanto os heróis.

Isso tudo origina muitas piadas que são hilárias e bastante inteligentes. E basicamente resume a qualidade de cinematografia. Porque de resto o filme é uma vergonha. Mal dirigido, sem controle de cena, de iluminação. Só possui alguma lógica porque a equipe técnica era boa.

A fotografia desse filme é tão ruim que as cenas noturnas parecem se passar em um parque super iluminado, mesmo quando os personagens dizem não conseguir ver um palmo à sua frente. É terrível.

A montagem segue a mesma linha. As cenas terminam e os takes continuam com uns momentos de silêncio incômodos em que parece que tanto os atores e o diretor não sabiam o que fazer na hora.

É reflexo da péssima direção de David Gordon Green, que claramente não sabe que direção é mais que apenas encontrar um canto para que a câmera capture o que acontece.

De tudo isso salva-se apenas o James Franco. Mesmo interpretando um maconheiro idiota que passa grande parte do filme sem entender o que está acontecendo, ele o faz com muito talento. É impressionante ver como ele sabe o que fazer em cena e como sempre faz um bom trabalho.

Vale pelas risadas que proporciona. Mas é um filme muito, muito ruim. Se o humor maconheiro te faz rir, assista sem medo de se divertir das idiotices de Seth Rogen e companhia.

 

GERÔNIMOOOOOOO…

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