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Rush – No Limite da Emoção

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Rush abre com um voice-over do Daniel Brühl como Niki Lauda. O personagem nos explica três fatos. Ele é conhecido pela rivalidade com o James Hunt, também é conhecido pelo ocorrido no dia primeiro de agosto de 1979 e que o esporte que ambos praticam envolve o risco de ser um dos dois mortos anualmente em cada campeonato. Então ele questiona o tipo de pessoa que vive assim.

É o que acontece quando se tem um bom roteiro. Porque Rush é exatamente sobre essas três coisas. A rivalidade entre Niki Lauda e James Hunt, como o acidente de 1979 mudou os dois e as consequências do esporte na vida de um homem.

Seis anos antes do campeonato no qual os dois se enfrentaram acirradamente, Hunt e Lauda se conheceram na Fórmula 3. Hunt patrocinado por um amigo rico e Lauda conseguindo seu lugar graças ao esforço e talento. Os dois se detestaram imediatamente. Era a única possibilidade.

Niki Lauda é a disciplina em pessoa, enquanto Hunt vive o momento ao máximo. É um contraste interessante. São dois estilos extremamente opostos de vida. Mas o diretor Ron Howard e o roteirista Peter Morgan são espertos. Não tentam julgar os dois nem dizer qual estilo é melhor, pior ou mais correto. São escolhas de vida que não podem ser julgadas por ninguém.

Brühl como Lauda. A imagem da disciplina.
Brühl como Lauda. A imagem da disciplina.

Era de se imaginar que, devido à disciplina, Lauda fosse mais maduro. Mas os dois eram mais ingênuos quando competiam na Fórmula 3. Cada um na sua forma específica. Apesar de disciplinado, Lauda foi imprudente com frequência como quando desafiou o pai e quando desafiou Hunt após um choque durante uma corrida.

Essas mesmas imprudência e ingenuidade o fizeram orgulhoso demais. Criou inimigos e muita antipatia. Ao mesmo tempo, viver a vida ao máximo não faz com que Hunt não seja maduro. Apesar de nunca mudar este traço de sua personalidade, ele aprende melhor sobre respeito e convívio.

A tensão entre os dois vira uma inimizade histórica que atingiu seu clímax no ano de 1979, quando a corrida virou praticamente um torneio entre eles. No decorrer da trama, ambos sofrem perdas e ganhos em diversos quesitos. Romances, vida pública, carreira profissional, convivência entre os outros colegas.

A cada passo, eles se transformam um pouco mais. Até a chegada do fatídico dia primeiro de agosto. Lauda e Hunt cometem erros e o resultado é a quase morte do austríaco em um acidente terrível que o expôs a um calor superior a quatrocentos graus por mais de um minuto.

É onde Morgan e Howard colocam o segundo ato da trama. O acidente oferece o trauma que literalmente os leva aos desafios finais do filme, sabiamente representados na última corrida do ano. Fecha exatamente aquele raciocínio do começo do filme. Apresentando um roteiro bem estruturado, bem escrito e bem conduzido.

Howard está de parabéns. Parece que finalmente acertou a mão como diretor. Assume uma personalidade estética interessante, com fotografia granulada e crua. Funciona maravilhosamente com a reconstrução histórica. Ele ainda sabe fazer planos rápidos com pequenas características. Durante uma corrida, coloca vários planos detalhes da estrutura dos carros funcionando separadamente. E montar tudo de forma lógica apenas realça seu talento. Isso sem perder o ritmo e o equilíbrio de tempo de tela dos protagonistas.

Hemsworth como Hunt. Carpe Diem.
Hemsworth como Hunt. Carpe Diem.

Chris Hemsworth e Daniel Brühl estão excelentes. Até parecem com os homens reais. Basta fazer uma pesquisa rápida para descobrir a semelhança entre os intérpretes e os verdadeiros James Hunt e Niki Lauda. Além dos dois protagonistas, o elenco de apoio está ótimo, com nomes como Pierfrancesco Favino e Olivia Wilde.

Uma boa surpresa. Não esperava tanto de Howard, nem dos dois atores, nem da própria história em si. Mas Rush é um belo e emocionante filme.

 

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3 comentários em “Rush – No Limite da Emoção

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