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Robert Langdon no cinema – Anjos, demônios e Ewan McGregor (parte 2)

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A Sony Pictures continuou jogando dinheiro em cima de Brian Grazer e de Ron Howard. Depois do dinheiro que O Código Da Vinci rendeu, o orçamento liberado para Anjos e Demônios foi alto. Todos os envolvidos do primeiro voltaram para preparar o segundo, mas no meio do caminho Akiva Goldsman teve que parar de escrever o roteiro. Eis que entra David Koepp e coloca ordem na bagunça.

Ao contrário de Goldsman, Koepp é um roteirista com muito talento. Ao invés de tentar fazer uma versão cinematográfica praticamente idêntica ao livro, ele limpou o que era excesso, tirou os exageros do material original e deu tom mais realista ao filme. Mudanças que roteiristas inteligentes fazem.

Como no livro, todos os coadjuvantes foram trocados. Sai a francesa Sophie Neveau, vivida pela Audrey Tatou, e entra a italiana Vittoria Vetra, vivida pela israelense Ayelet Zurer. Ainda entram de penetras o Ewan McGregor, o Stellan Skarsgård e o Pierfrancesco Favino.

Zurer chama a atenção porque ficou mais conhecida por sua participação em O Homem de Aço como a mãe biológica do Kal-El. Além de ter realizado uma cena extremamente ousada de sexo em Munique. Ela é uma ótima atriz e está muito melhor aqui que a Tatou no outro.

Hanks e Zurer em um dos momentos de tensão do filme.
Hanks e Zurer em um dos momentos de tensão do filme.

Já o Ewan McGregor é o outro grande trunfo do filme. O ator leu o roteiro e aceitou o papel. Quando questionado o que tinha achado do primeiro filme, disse que não o viu. Da mesma forma, não leu nenhum dos livros. Ele aceitou participar porque disse que o roteiro era um suspense muito bom.

Quando o roteiro é bom, o filme tende a ser bom também. Colocado nas mãos de Howard, que mesmo não sendo diretor de suspense ainda é um bom diretor, o filme virou uma pequena pérola. Apresenta os elementos de forma interessante, usando a imprensa para explicar pequenos detalhes importantes.

Langdon ganha espaço para ser mais sarcástico. Quando chega no Vaticano, ele conta o caso do papa que castrou centenas de estátuas em um surto. O integrante da guarda suíça que o acompanha pergunta se ele é anti-catolicismo. Ele responde que é anti-vandalismo.

O filme ainda ganhou detalhes interessantes, com comparações claras entre ciência e religião. Uma transição sobrepõe uma hóstia a uma parte do LHC, onde produzem a partícula de deus. As pessoas no Vaticano sentem-se sem rumo com a morte do papa enquanto um padre no grande colisor de partículas solta “Estamos nas mãos de Deus” quando vê a nova matéria que criaram ali. A religião encontrando caminhos através da ciência, ou a ciência renovando a fé na religião.

McGregor como Camerlengo. Fé coloca em cheque.
McGregor como Carmelengo. Fé colocada em cheque.

O tema é recorrente através do filme e Langdon, tal qual no livro, não consegue ficar sem esconder um grau de zombaria. Apesar disso, ainda respeita a tradição que a igreja representa para a civilização moderna e, acima de tudo, respeita a proteção da vida, seja de quem for, padre ou cientista.

Ou seja, Anjos e Demônios é o que O Código Da Vinci deveria ter sido. Um bom suspense, rápido, cheio de significado e reflexões acerca do assunto abordado. Chegando ainda a ser melhor que o livro de origem.

Outros dois livros foram lançados com o personagem. Um focado em maçonaria, outro no mundo artístico criado ao redor da Divina Comédia. Ambos muito bons. Quanto às suas adaptações? Issa fica para a terceira parte.

 

GERÔNIMOOOOOOOO…

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