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Remakes

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Já tem algum tempo que meu amigo Luciano falou de remakes em seu ótimo blog artescétera. Por isso mesmo não quis tratar do tema. Mas como recebi pedidos, vamos lidar com a bagaça. Para começar, a imagem acima é de um dos remakes mais peculiares da história. O fracasso de 1998, Psicose.

Quando se fala em Gus Van Sant, ninguém ousa lembrar de Psicose. Antes de ser o grande diretor sensível que conseguiu se tornar, ele resolveu fazer uma experiência, refilmar Psicose plano por plano, mas em cores. Não sei qual era o objetivo aqui, mas a experiência parece idiota. Se for para refazer um filme take por take, basta assistir o original. O troço já existe.

"Will, conselho de brother. Faz esse filme não, doido."
“Will, conselho de brother. Faz esse filme não, doido.”

Em uma entrevista para o lançamento de Eu Sou a Lenda, Will Smith disse que só fez a nova adaptação para o cinema porque a história merece uma versão mais adequada e bem feita para o público atual. De acordo com Smith, hoje existem os efeitos especiais necessários para fazer o filme que o livro merece ser.
Eu gosto de todas as versões de Eu Sou a Lenda. Concordo que o mais recente foge demais do material original, mas pelo menos ele não é uma cópia. O final é uma variação e possui uma reflexão interessante, principalmente no fim alternativo, presente no DVD.
Até concordo com o senhor “maluco no pedaço”, mas existe um problema sério com a hipótese dele. As duas adaptações anteriores são melhores. Então para qualquer público, é melhor assistir os outros.
O que vale lembrar mesmo são os bons remakes. Sim, nem todos os remakes são terríveis. Alguns acertam em cheio em suas propostas. Para falar a verdade, alguns são até clássicos.
Filmes como A Mosca do David Cronenberg, Scarface do Brian De Palma e Invasores de Corpos do Philip Kaufman. Cronenberg fez do trash cinquentista um filme de terror mais sério e assustador. De Palma atualizou o contexto para fazer crítica política. Kaufman fez o mesmo que os dois colegas.
Isso é tão possível que até remakes recentes funcionaram muito bem. A Morte do Demônio foi uma coisa linda de ver.
Uma vertente que tem irritado são remakes de filmes novos. Homem-Aranha ganhou remake, mas o Peter Parker do original está tão novo que ainda tem a mesma cara em O Grande Gatsby. Já foi confirmado outro filme do Batman. O Superman está no terceiro ator. Já tem gente falando de refazer Harry Potter e Crepúsculo.
O outro estilo de remakes que incomoda são remakes de filmes não americanos. Poderíamos dizer que são apenas caça-níqueis e tal. Mas em uma entrevista com a Jessica Alba em seu remake de The Eye, O Olho do Mal, ela falou algo terrível. A versão americana é muito ruim. Mas de acordo com a atriz, seu filme é melhor que o outro porque é falado em inglês.
O povo americano pensa nesse nível. Se não conseguem entender o filme ao ouví-lo, o filme é ruim. Por isso vão preferir o remake. Mesmo que o filme só tenha como vantagem a beleza da burrinha da Jessica Alba. Mas até esses acertam aqui e ali. Deixe Ela Entrar, um dos melhores filmes de todos os tempos ganhou uma ótima reimaginação em Deixe-me Entrar.
Enfim, remakes tendem a ser filmes ruins. Muito ruins. Mas de vez em quando são memoráveis.
 
GERÔNIMOOOOOOOO…

2 comentários em “Remakes

  1. Excelente texto. Quando passei uns meses no EUA, uma coisa que eu descobri, é que os americanos odeiam ver filmes com legenda. Até por esse fato, muitos remakes de filmes não americanos são produzidos.
    Realmente, alguns remakes são melhores que os originais (na minha opinião, a minoria), mas os remakes de muitos anos atrás não eram produzidos (tão na caruda) com o intuito de lucro, lucro e mais lucro. Os remakes anteriores ainda tinham muito aquela pegada artistica, de mostrar a criatividade, ou realmente de conseguir fazer um filme com efeitos que na época não existiam. Hoje é puramente lucro e eles nem ligam para a criatividade. Em 10 anos aconteceram 3 versões de O Massacre da Serra Elétrica.
    Estão falando de um remake de O Cemitério Maldito, logo nos cinemas teremos Carrie (que para mim é desnecessário).
    A Morte do Demônio (o novo), apesar de não ser um filme ruim, achei desnecessário após assisti-lo. Achei totalmente previsível e não senti medo nenhum no filme.
    O bloqueio criativo está e estará presente por muitos anos em Holywood. Ainda bem que o cinema no resto do mundo está crescendo.
    Forte abraço,

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