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RED – Aposentados e Perigosos

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Eu estava bastante entusiasmado para assistir RED 2, que estreou sexta passada. Mas tinha um problema, nunca vi o primeiro. Então, para assistir a sequência, fui à Netflix. E fiquei bastante satisfeito com o que encontrei.

Frank Moses é um agente da CIA aposentado. Um dia um grupo de elite invade sua casa e ele sai para investigar porquê querem mata-lo. Para fazer isso, acaba ativando seus contatos antigos, todos eles agentes também aposentados. Ou como são classificados pela agência, aposentados e extremamente perigosos, formando a sigla RED em inglês.

O filme é adaptação de HQ homônima com a mesma trama. Mas como uma boa adaptação, ele não segue o material original a risca. A história em quadrinhos é bem mais violenta e séria. O filme ainda possui ação e tiroteios, mas se foca em ser mais comédia que uma história séria.

E é justamente esse o grande trunfo. RED não se leva a sério. Colocar o Bruce Willis junto do Morgan Freeman, o John Malkovich, a Helen Mirren, o Brian Cox e o Richard Dreyfuss brincando de astros de ação requer esse espírito brincalhão. Imagino que o produtor vendeu o filme para os atores dizendo apenas para eles se divertirem e não levar nada a sério.

A trupe toda reunida em cena.
A trupe toda reunida em cena.

O resultado é um filme divertido. Mas esse trunfo sozinho não é o bastante. O filme ainda conta com um roteiro redondinho e bem feito e um diretor eficiente. O que é o suficiente para elevar o grande trunfo a um ótimo filme.

O diretor Robert Schwentke é um daqueles diretores de aluguel de Hollywood. Seus filmes são padrões de ação/suspense sem grande destaque. Ele não possui grandes qualidades, mas tampouco possui grandes defeitos. É eficiente para o que faz. E só por isso já faz diferença. Ele não estraga a diversão do filme.

Sabe fazer transições simples e não deixar a ação confusa. Sem perder a comicidade das interações dos atores. É o bastante. A ação misturada com comédia funciona. Não é grandiosa nem memorável, mas funciona. Um bom exemplo é a cena em que, durante uma perseguição, um dos vilões chama o personagem de Malkovich de velho. A reação do aposentado é hilária e explosiva.

O roteiro não deixa pontas soltas e constrói os personagens e seus conflitos muito bem. Dá para cada participante da história excelentes cenas de introdução. Elas são rápidas e divertidas. O suficiente para entender quem são aquelas pessoas ao mesmo tempo em que mantém o interesse no filme. O personagem do Karl Urban recebe uma introdução explicando sua frieza e periculosidade ao mesmo tempo em que vemos sua relação familiar. Entendemos o personagem em uma cena interessante.

Os diálogos divertidos dão um bom material para cada um dos ótimos atores em cena. Como sempre, é um prazer ver bons atores lidando com um bom texto.

O roteiro também faz algo que eu gosto bastante. O conflito consciente é um reflexo de um segundo que não é óbvio ou existe no reino do inconsciente. A busca de Moses para salvar sua vida acaba refletindo na história romântica dele com uma atendente de SAC do INSS.

O filme é, também, sobre essas pessoas duras perdidas na vida comum e as dificuldades de se adequarem. Isso ocorre mesmo com a tentativa de Moses de ficar com a atendente vivida por uma histérica  Mary-Louise Parker. Ou seja, é tanto um filme romântico quanto um filme de ação.

Helen Mirren. Uma dama que mistura ação e elegância.
Helen Mirren. Uma dama que mistura ação e elegância.

Com a exceção da Mary-Louise Parker, todos os atores estão ótimos em seus papéis. Malkovich rouba a cena sempre que aparece. Willis sai de seu herói de ação padrão. Helen Mirren surpreende como uma grande atriz de ação. Brian Cox se diverte ao fazer um estereótipo de russo. Morgan Freeman se solta, mas não se destaca. O Karl Urban está mais humano que em diversos dos filmes em que pega o papel principal. E ver o Richard Dreyfuss novamente nos cinemas já valeria o ingresso, pena que não o vi quando foi lançado.

Divertido como muitos enlatados americanos não conseguem ser.

 

GERÔNIMOOOOOOOOO…

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