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R.I.P.D. – Os Agentes do Além

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O motivo pelo qual quis dar uma chance a R.I.P.D. é o nome do diretor Robert Schwentke. É o mesmo cara que fez um ótimo trabalho em RED. Lá, ele mostrou que consegue fazer um bom filme de ação saído de uma premissa idiota. Aqui ele faz algo parecido. Adapta outra história em quadrinhos, consegue um elenco de estrelas e faz outro filme de ação completamente descompromissado. A diferença aqui é o orçamento. E é uma diferença bem grande.

Pensa na maluquice. Policial morre em uma batida e imediatamente é levado para um ponto entre a vida e o julgamento. Lá ele recebe a opção de seguir adiante para o julgamento ou voltar para o mundo dos vivos como um agente do além. Esses agentes são responsáveis de entregar os mortos que fugiram do julgamento para se manter no mundo dos que ainda respiram.

Se a premissa é insana, o fato de R.I.P.D. ser um filme xablau não ajuda. O filme abre com uma perseguição incompreensível carregada de efeitos especiais, faz um flashback para o início da história, menos de dez minutos depois ele está na rua com o novo parceiro do além vida. Com coisa pra caramba sendo explicada neste meio tempo.

E o filme não para nunca. É rápido pra caramba. Mais rápido ainda é a sequência em que apresenta as regras do universo, pega a pista para a trama principal e logo vira uma pirotecnia de computação gráfica e movimentos vertiginosos. É xablau do começo ao fim.

Mas como eu sempre defendo, ser xablau não significa que o filme é ruim. O ritmo super acelerado serve à brincadeira maluca à qual se propõe. O diretor sabe que não é um filme sério, os atores também e tudo não passa disso, uma diversão xablau.

O grande problema é que Schwentke viu que, com o excesso de dinheiro para realizar as cenas de ação, podia colocar a câmera onde quisesse que os efeitos especiais dariam conta da realização. Então as cenas de ação atravessam paredes, pulam de prédios, mudam de planos subjetivos entre os personagens. Ainda não perde a atenção do espectador, mas o interesse vai embora.

Como os personagens estão mortos e não correm perigo real, não torcemos por eles. Apenas vemos aquele monte de computação gráfica com a única curiosidade sendo a dúvida se eles vão pegar o suspeito ou se ele vai escapar.

Outro problema sério é o humor. As piadas variam de situações com os mortos peidando, arrotando e fazendo outras nojeiras ou então com os personagens forçados dos agentes do além. O Jeff Bridges parece um papagaio repleto de piadas sem graça sobre o velho oeste. A Mary Louise Parker é um estereótipo de mocinha indecisa sobre ficar ou não com o cara grosseiro. Simplesmente não é possível rir durante o filme.

Mary Louise Parker. Alguém mantenha essa mulher em Weeds. Só em Weeds.
Mary Louise Parker. Alguém mantenha essa mulher em Weeds. Só em Weeds.

Os efeitos especiais são bem feitos em termos de visual, criando uma textura que faz sentido com a plasticidade das cenas. Mas é muito mal animado. Os movimentos e encaixes dos corpos computadorizados entregam sua falsidade.

A ironia máxima é que a grande qualidade do filme fica por conta do Ryan Reynolds. Ele segura bem a parte séria, relacionada a um drama que seria interessante nas mãos de um grande diretor como o Darren Aronofsky. Junto a ele nesse quadrante do filme temos o Kevin Bacon e a Stephanie Szostak. Ele como um vilão caricato, e ela (linda) como a viúva do personagem de Reynolds.

Certamente não é um filme muito recomendável, mas não é de forma alguma um filme ruim. Ele passa rápido e distrai numa tarde de sábado.

 

FANTASTIC…

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