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O Mundo Perdido: Jurassic Park

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Depois de assistir o primeiro Jurassic Park, eu entrei numa empolgação maluca. Precisava ver o segundo e o terceiro. A empolgação passou rápido enquanto assistia o segundo filme. Não que seja um filme ruim, só não é a mesma coisa que havia visto antes no primeiro. Mas Spielberg ainda manteve sua ótima mão como diretor e O Mundo Perdido se salvou de ser um filme ruim.

Após um incidente com uma família desavisada que encontrou uma segunda ilha com dinossauros por acidente, o controle dos animais está em risco de sair das mãos de John Hammond. Para evitar uma nova matança, ele envia uma equipe de naturalistas para fazer um registro detalhado das criaturas e assim ganhar um pouco de poder com apoio público. Nessa equipe, vai a namorada de Ian Malcolm. Desesperado para salvá-la, ele parte para lá e revive os pesadelos depois de tantos anos.

O Mundo Perdido não é um filme ruim, mas é um bom filme depois da maravilha que foi Jurassic Park. Enquanto o outro contava com uma discussão de ficção científica relevante e interessante, aqui o filme pula direto para a ação e os efeitos especiais. Assim que chega na ilha, Ian reencontra os dinossauros e começa a correria.

Tudo por conta de uma segunda equipe que chegou ali. Seus objetivos, capturar e transportar alguns exemplares de cada espécie para abrir um novo parque em continente norte americano.

Eis que surge uma fraca e superficial discussão. A equipe de Ian busca compreender os animais sem incomodar suas vidas e se intrometer no habitat natural. A outra equipe quer levá-los dali de forma bruta e violenta. Após alguns conflitos, ambas precisam se unir para conseguir sobreviver. Essa união os força a discutir constantemente sobre suas motivações e a moral de como agir com os animais.

Tiranossauro persegue as duas equipes.
Tiranossauro persegue as duas equipes.

Para representar isso mais profundamente, temos um naturalista famoso que já se envolveu com o Greenpeace e um caçador veterano e rico que busca o prazer de caçar um tiranossauro. Os ideais se chocam diretamente e chegam até a serem importantes para o desenvolvimento do roteiro.

Mas daí surge outro problema. Qualquer proposta de discussão serve para chegar a um terceiro ato no qual o conflito é tirar um tiranossauro de San Diego. Esse conflito não dialoga com todo o resto do filme, mas todo o filme serviu para chegar a ele. E nem dá para culpar o David Koepp por isso, todo esse arco foi idealizado pelo Spielberg.

O diretor queria, com este filme, realizar seu King Kong. Daí muda a direção de fotografia para um tom mais soturno, a música ganha batidas mais tribais e um tiranossauro espalha terror em território urbano. Com direito a viradas de ônibus, corridas em pistas asfaltadas, e uma ótima piada com os monstros japoneses.

O importante é que Spielberg sabe dirigir cenas de ação. A forma como equilibra takes com dinossauros digitais, animatrônicos e reações dos atores em cena sem perder o suspense e a tensão é brilhante. Um close do rosto de Ian mostra que ele sabe que está em perigo, logo em seguida vemos um animatrônico em pé atrás de uma janela. Um corte rápido de computação para dar uma noção mais clara do perigo e por aí vai.

O Jeff Goldblum é um ator muito bom que cria naturalidade ao colocar seus trejeitos em cada papel que interpreta. É sempre muito bom vê-lo atuar. Julianne Moore faz a namorada fascinada com a ideia de conhecer dinossauros muito bem. A surpresa fica por conta de ver o Vince Vaughn em um papel sério, muito antes da fama.

Aquele segurando o bebê T-Rex é o Vince Vaughn?
“Aquele segurando o bebê T-Rex é o Vince Vaughn?”

O Mundo Perdido podia ser mais, o que não necessariamente significa que é pouco. Caso fosse o primeiro filme, seria muito mais bem lembrado do que realmente é. Vale a assistida pela grande aventura que a série se tornou.

P.S.: Se você tem raiva do David Koepp pelo Indiana Jones 4, pode ter o prazer de ver o roteirista sendo comido por um tiranossauro quando não consegue fugir para dentro de uma blockbuster em uma sequência na cidade.

 

GERÔNIMOOOOOO…

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