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Muppets 2: Procurados e Amados

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Os Muppets estão de volta. Apesar do título vir seguido do número 2, é o sétimo longa da franquia. Ainda assim, é o segundo desde a retomada com a Disney e a reinvenção sob a tutela do Jason Segel. Felizmente, os personagens de pelúcia se provaram maior que o nome do comediante e conseguiram uma continuação que pode vir a ser apenas a segunda de uma nova série de filmes.

Após retomarem o show antigo no teatro, os Muppets não sabem como dar continuidade ao seu sucesso. Então recebem a dica de um administrador para fazer uma turnê pela Europa. Mal sabem eles que o administrador é um capanga de um perigoso bandido idêntico ao Kermit (dói escrever esse nome) que quer trocar de lugar com o líder do grupo para conseguir roubar as jóias da coroa.
Sai o Jason Segel e entra o Rick Gervais. Quem conhece os dois sabe que o humor do segundo já indicava que Muppets 2 seria mais cínico e irônico. Isso fica claro com menos de cinco minutos, quando o personagem de Gervais se apresenta como Dominic Caramau. O personagem humano principal é o vilão da bagaça. O que demonstra como Gervais sabe quem são os verdadeiros astros de um filme dos Muppets. Mas a grande diferença se dá no roteiro. Segel escreveu a primeira versão do roteiro do filme que estrelou, o que garantiu um ritmo altamente questionável uma vez que ele sabe escrever boas cenas, mas sem noção de estrutura.

ct-cth-muppets-most-wantedd-jpg-20140320Caramau e Constantine. Vilões caricatos.

Nicholas Stoller, diretor do fraco Vizinhos, assume o roteiro e demonstra que é melhor por trás de um teclado que de uma câmera. A estrutura de Muppets 2 é redondinha, mesmo com a trama sendo completamente nonsense. O único grande problema é que o segundo ato é grande pra caramba. O filme tem quase duas horas de duração, o que é muito e faz com que as piadas fiquem um pouco cansativas. O estilo de humor é hilário, mas é repetitivo e cansa após tanto tempo.
Humor é o foco aqui. Todos os aspectos técnicos servem apenas para girar ao redor do roteiro e das piadas. E Os Muppets 2 faz humor de forma brilhante. Principalmente porque nada é sagrado, seja lógica, história, atores convidados ou o que for. Até as músicas, que eram muito sem graça no primeiro, sejam momentos únicos de comédia. Inclusive, três delas zombam do fato de se encaixarem em cenas musicais. Uma se passa em um interrogatório em uma delegacia e é de rachar o bico com suas brincadeiras de rima e a falta de inteligência dos personagens envolvidos.

Muppets-Most-WantedTy Burrell como um agente francês da Interpol. A melhor música é desses dois.

Mas a zombaria está no máximo quando brinca com os atores convidados. Nenhum deles se permitindo levar a sério. Seja o Christoph Waltz dançando valsa (uma brincadeira com o nome do ator), a Salma Hayek participando de uma tourada indoor ou o Ray Liotta fazendo um criminoso russo que aspira ser dançarino e cantor. A brincadeira é tão divertida que o filme vira um joguinho de “olha quem”. O mais engraçado sendo o Danny Trejo, diga-se de passagem.
Ter essa montoeira de astros de tantos países e idades fazendo participações ligeiras, algumas até sem falas, apenas serve para revelar como os Muppets são populares. Grande parte da graça dos filmes deles é justamente isso, o humor a toda prova, o carisma dos personagens e o carinho dos fãs, inclusive dos famosos.
Rick Gervais não se leva a sério, mas também parece incomodado de estar sempre atuando com bonecos. O Ty Burrell descobriu seu lado comediante com Modern Family e está muito bem como um estereótipo de um policial francês, chegando a ser mais nonsense que o boneco que o acompanha durante o filme. A Tina Fey brilha, como sempre, como uma diretora de presídio que guarda uma paixão secreta pelo Kermit (Caco, para os fãs antigos).

A scene from the new movie 'Muppets Most Wanted'Tina Fey. Amor inter espécies.

É preciso também dar destaque para os atores que fazem as vozes dos bonecos. São uns cinco dividindo uns vinte personagens, cada um com uma personalidade e uma voz diferente. Eles dão vida e fazem os bonecos parecem individuais. Mesmo quando são dois iguais, como o Kermit e seu rival Constantine.
O filme segue o final do primeiro ao fechar com uma música clássica dos personagens cantada em coro. Desta vez eles pegaram uma do eterno Os Muppets Conquistam Nova Iorque, ainda o melhor filme dos bonecos. Para os fãs antigos, ouvir a música em uma versão nova chega a ser emocionante.
Muppets 2 consegue ser melhor que o primeiro, nostálgico para os fãs antigos e receptivo para os novos. Pode não ser a maior obra de arte que alguém vai ver em sua vida, mas o fato é que quanto mais Muppets houverem, melhor.
 
FANTASTIC…

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