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Meu Vizinho Totoro

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É engraçado olhar para toda a obra de Hayao Miyazaki no cinema. Entre os diversos filmes que misturam temas adultos e infantis, ele criou o violento e cheio de sangue Princesa Mononoke e o super fofo e bonitinho Meu Vizinho Totoro (que tem dois nomes no Brasil, com a possibilidade de também ser chamado de Meu Amigo Totoro). Uma demonstração extraordinária da capacidade de Miyazaki de criar a impressão de vida através de ilustrações.

Satsuki e Mei são duas irmãs que se mudam com o pai para uma cidade de interior para ficarem mais próximas do hospital em que a mãe está internada. Com a figura materna afastada e a paterna obrigada a trabalhar para o sustento da família, as duas enfrentam juntas o medo de perder aquela pessoa que tanto amam além da solidão naquele lugar isolado. É quando descobrem o carinho e o cuidado de um espírito guardião do bosque atrás do terreno.

Miyazaki fez Totoro como uma forma de idolatrar os ideais que deram tom para toda a carreira dele. A inocência das crianças como forma de conectar as pessoas com a natureza e a essência espiritual que os adultos esquecem com o tempo. Satsuki é mais velha e um pouco mais madura. Sabe que é preciso ter fé nos adultos e na saúde da mãe. Já Mei adora a mais velha. A segue para cima e para baixo, a imita o tempo inteiro e está desolada com a ida da outra para a escola. É outra figura mais velha que a abandona sozinha em casa.

my-neighbor-totoro-screen2Mei descobre Totoro em seu jardim.

Totoro é uma espécie de roedor gigante e fofinho que protege os bosques da região e só se deixa revelar para as meninas não apenas pela idade das duas, mas pela inocência e bondade que as duas demonstram mais que as crianças da região. Também porque são as que estão mais sozinhas e sofridas. Ele brinca com elas como se fossem parte do ambiente dele e as ajuda sempre que ambas se pegam em algum perigo. Seja ficarem abandonadas na chuva ou no clímax do filme, quando se separam e se perdem porque acham que a mãe morreu.

Como em todos os filmes do Miyazaki, os sentimentos são sentidos ao extremo. Seja a alegria pura de andar num gato ônibus mágico ou a tristeza arrasadora de perder a mãe e a irmã. Assistir a Totoro é quase como voltar a ser criança. O comportamento e os diálogos das duas são o de crianças e a sensação da obra é como sentir que é um amigo das duas. As lágrimas vem pela honestidade, assim como o riso.

O grande defeito fica apenas no roteiro. Miyazaki seguiu seu estilo padrão. Realizou o filme até ter mais ou menos uma hora e meia. Então acabou. O grande clímax nunca sente como um final para historia, assim como o ritmo muitas vezes fica lento. Principalmente quando Mei protagoniza tardes de tédio.

tonari_no_totoro_by_ryuuzuke-d62abqnMei entediada. Sentimento passa para o espectador.

Lindo de morrer, é um dos filmes mais acessíveis do diretor. Também é um dos mais famosos. Totoro aparece em alguns filmes da Pixar e praticamente qualquer amante de animação adora o bichão rechonchudo. Existem mil e uma formas de reproduzi-lo em dobras e recortes de papel pela internet. Caso nunca tenha visto, assistir é, provavelmente, um jeito de ficar apaixonado por tanta fofura.

 

GERÔNIMOOOOOOOO…

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