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Meu Malvado Favorito 3 (Despicable Me 3 – 2017)

Gru e Dru de mãos dadas

Está de volta aos cinemas a franquia de animação que mais vende bonecos em brindes de lanches fast-food. Não há dúvidas que Meu Malvado Favorito faz sucesso, mas será que depois de dois filmes capengas (isso para ser bonzinho) é possível salvar a série com uma segunda continuação?

Depois que o vilão Balthazar Bratt (Trey Parker, sem sacanagem) foge de Gru (Steve Carrell), o herói é demitido do trabalho de agente do bem. Sem saber o que fazer para retomar o controle da vida, ele descobre que possui um irmão gêmeo, Dru (também dublado por Carrell).

Poderia ser uma tentativa de encontrar alguma profundidade no protagonista desta franquia, mas Meu Malvado Favorito 3 tem ambições maiores: ser mais um filme que diverte crianças com muitas piadas visuais repletas de imagens coloridas e um monte de personagens fofinhos que devem fazer as pessoas suspirarem entre as risadas bobas.

minions
Os adoradores de banana estão de volta para serem fofos.

E é isso. Não tem nada realmente rico, elaborado ou profundo neste terceiro filme da franquia, como o foi em todos os anteriores. Meu Malvado Favorito tem uma estrutura base muito simples que se repete. Gru tem uma vida confortável que é colocada em cheque devido à presença de algum vilão aleatório. Com isso, ele conhece pessoas que o fazem descobrir um novo lado pessoal até o terceiro ato, repleto de ação colorida e piadas ingênuas.

Não há nada de errado em um filme que se propõe a ser apenas divertido e bobo, mas é preciso fazer de forma que a diversão funcione e prenda o espectador. É preciso que os personagens sejam simpáticos além do visual fofo e das piadas com nudez e bichos amarelos que repetem sempre a palavra banana.

Piora quando, em mais um capítulo, aparece mais um personagem principal ao redor de Gru. Ele tem o conflito principal com o irmão, enquanto a esposa Lucy (Kristen Wiig) tenta assumir o papel de mãe das filhas adotivas do herói, o vilão quer resgatar as glórias da infância e os minions buscam um novo rumo para a vida com foco em voltarem a ser do mal.

Vilão Bratt pilota lancha
Vilão está preso no passado.

São quatro tramas paralelas, mas a principal inicia, desenvolve e se resolve com cerca de três frases entre Gru e Dru. Se esse é o detalhamento e o nível de riqueza do conflito que move o filme, imagine o que ocorre com os secundários. Não há envolvimento com os dramas porque são fracos desse jeito e toda a produção se resume às piadas. Dentre elas, só se salvam as de Bratt, que perde a graça rápido quando elas se repetem demais.

Só impressiona positivamente a qualidade técnica do filme e a seleção musical. Como é cada vez mais comum, ver as superfícies digitais que parecem plástico, cabelo, couro, tecido, metal ou qualquer coisa complicada de ser fazer com a tecnologia usada, é de fazer cair o queixo.

Mais uma vez, essa piada perde a graça rapidamente e cansa. Pouco se salva desse roteiro preguiçoso, que segue tantos caminhos fáceis que parece mais querer ofender a opinião do espectador do que agradá-lo.

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