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Maratona Hellraiser

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Para comemorar o Halloween, nada melhor que uma maratona de filmes de terror. Como descobri Hellraiser recentemente, chamei os amiguinhos e assistimos juntos do primeiro ao quarto filme da série. Principalmente porque são os filmes que possuem envolvimento do Clive Barker, criador da franquia.

Como já havia assistido ao primeiro filme, coloquei as pessoas para assisti-lo enquanto saí para comprar recursos para aguentarmos durante toda a sessão. Ainda cheguei a tempo para poder rever o tio Frank descarnado convencendo a cunhada a matar pessoas para que ele retorne ao normal e pude rir de cenas ridículas como o namorado de Kirsty chegando na casa caindo aos pedaços, ver um duelo de bate pavão entre a garota e um bicho do inferno, testemunhar um mendigo virar um esqueleto de dragão e ficar tranquilo.

Foi a vez de começar o segundo filme. Kirsty está em uma clínica psiquiátrica enquanto a polícia e o chefe do local tentam desvendar os acontecimentos por trás dos eventos do primeiro filme. Logo descobrimos que o psiquatra chefe é um seguidor dos preceitos dos cenobitas, Julia retorna como uma vilã ainda maior que o Frank foi no primeiro filme e agora Kirsty está presa na realidade do monstros sadomasoquistas.

Hellraiser II – Renascido das Trevas explica muito sobre o universo do cenobitas e o que eles são. Mistura a realidade dos filmes com um pouco de H. P. Lovecraft e não tenta explicar cada pequeno detalhe. É uma construção fascinante por trás daquelas criaturas.

O filme ainda conta com um pouco do humor involuntário da série. Em grande parte por conta do quanto os efeitos e a produção estão datados, mas principalmente por conta da atriz Imogen Boorman. A loira é a cara do Brad Pitt e sempre que aparece em cena é impossível não rir de suas feições.

Acredite se quiser, as duas pessoas acima não são a mesma.
Acredite se quiser, as duas pessoas acima não são a mesma.

Risadas a parte, Hellraiser II consegue ser ainda melhor que o primeiro. É mais gore, o universo é aprofundado, fecha todas as pontas abertas e é mais bem feito. O que aumenta o contraste com a porcaria que foi o terceiro, Hellraiser III – Inferno na Terra.

A segunda continuação foi feita nos Estados Unidos, teve o roteiro completamente deturpado pelo diretor novo e virou uma loucura. Toda a mitologia construída é jogada fora para que o Pinhead, que era apenas um cenobita qualquer, virasse um demônio maligno que quer transformar o mundo em um parque de dor e sofrimento.

Superpoderoso, ele agora persegue uma protagonista nova. Provavelmente a pior atriz dos quatro filmes, ela é muito bonita, mas não consegue segurar o filme. O que é excelente, considerando que, por ser muito ruim, é o filme com o maior valor de comédia involuntário. Com direito a uma fala hilária que a atriz sequer consegue dizer sem esconder o sorriso do rosto.

A fala é tão ruim que nem a atriz não segura o riso.
“Desculpa, colega. Mas essa fala é tão ruim que não consigo dizer sem rir.”

O filme tem seus bons momentos, mas é tão ruim no geral que não precisava se importar. Um desses momentos conta com o Pinhead invadindo uma igreja e zombando das crenças de um padre. É muito válido pela originalidade dos castigos criados pelo monstro. Ele nunca foi tão inventivo.

Então fomos para o quarto filme. Todo mundo com medo, porque esse filme se passa no ano 2127 no espaço. Mas eis a grande surpresa, apesar da premissa bizarra, Hellraiser IV – Herança Maldita está no mesmo nível de qualidade dos primeiros filmes. Talvez até maior por ser mais bem feito.

O roteirista do segundo não teve ninguém atrapalhando sua história, então ficou livre para fechar os erros do terceiro e finalizar o ciclo do Pinhead. Desta vez acompanhando uma linhagem sanguínea que possui o conhecimento para derrotar o cubo de onde ele surge.

Bichos novos do quarto filme.
Bichos novos do quarto filme.

O filme ainda conta com um Adam Scott em começo de carreira se levando muito a sério. Enfim, se fosse o final da franquia, seria um bom fim. Infelizmente outros cinco filmes foram feitos direto para vídeo sem envolvimento do Clive Barker. Mas vou assistir a todos, se não valer pela qualidade, com certeza vai valer pelas risadas.

Virei fã da franquia e estou aguardando com bastante entusiasmo pelo remake, que terá roteiro e direção do próprio Barker e voltará a ter o Doug Bradley como o Pinhead. O autor já afirmou que contará mais com efeitos práticos que digitais e que será algo completamente novo, pesado e erótico. Que Leviathan o ouça.

 

I AM PAIN…

2 comentários em “Maratona Hellraiser

  1. Meio cachaçado, acabei de assistir o segundo filme. Muito massa. A Imogen Borgman é bem bonitinha mas pelo que eu vi teve uns problemas psicológicos e parece que raptou um bebê, sei lá, meu inglês não é tão bom( uma pena queria ver a carreira dela decolar). De qualquer forma o segundo filme ficou muito legal. ri muito da comparação. Ela e o Brad Pitt devem ser irmãos(irmãs).
    Eu achei aquele cenobite com os dois ganchos na cara bem bonitinho… Sorte minha que quando o doutor matou estes cenobites eles voltaram a sua forma humana e realmente este em particular era uma guria bem dotada………….
    Comparado com a franquia a hora do pesadelo (nightmare on the elm steet((to lembrando de cabeça nem sei se é esse o nome mesmo)),) ,essa tem bem menos apelo no Brasil, o que é uma pena… rende uma boa risada cínica para todos os fãs do gênero, entra bem mais num universo transcedental enquanto a hora do pesadelo fica mais pelas risadas que causa pelas mortes bizarras que o freddy krugger trama.
    A franquia original é inglesa mesmo?
    Vlw pelo aritigo, vou olhar com mais cuidado esse blog…

    1. Pois é! A Hora do Pesadelo se apega demais na comédia e a mitologia não desenvolve. Hellraiser segue mais por esse lado, brincando com deuses dimensionais, bruxas e demônios. Acho muito divertido e perturbador, como filmes de terror devem ser.
      Sim, o Clive Barker é inglês e os dois primeiros filmes são da Inglaterra. Só no terceiro que foi para os Estados Unidos.

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