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Invencível

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Invencível gerou algum murmurinho recentemente. Não pela qualidade do filme ou pelo fato de que se trata da história real de um sobrevivente dos horrores da Segunda Guerra Mundial. O motivo pelo qual muita gente tem conversado sobre a produção é que se trata da segunda direção  de uma tal de Angelina Jolie.

Louis Zamperini (O’Connell) é um atleta olímpico que vira bombardeiro da aeronáutica americana durante a Segunda Guerra Mundial. Durante uma missão com um avião defeituoso, ele e a equipe caem no oceano. O filme acompanha a história real do veterano que morreu ano passado e busca enaltecê-lo através do impressionante sofrimento pelo qual ele passou. Após muitos dias em um bote salva-vidas, ele foi resgatado por japoneses, que o encarceraram como prisioneiro de guerra e o torturaram de diversas formas.

unbrokenPerdidos em alto mar. Primeiro filme contido em Invencível.

O maior defeito de Invencível é o roteiro. Escrito em oito mãos, que incluem as dos irmãos Coen, a obra se foca tanto em revelar o sofrimento de Zamperini que se esquece de criar um ritmo. Abre com uma grande cena de ação em batalha aérea e revela a rotina do atleta no exército. Em paralelo, conta a história da vida dele até as olimpíadas. Terminada a apresentação, ocorre o acidente. Então o foco é sofrimento. Uma regra básica de roteiro é equilibrar conquistas e derrotas na jornada contada. Pesar demais para qualquer dos lados resulta em cansaço do espectador. O pecado de Invencível é o mesmo de Biutiful. Tanta derrota e tristeza sobrecarregadas deixam de surpreender e envolver. O espectador está tão tomado pelo espírito da produção que as novas reviravoltas negativas deixam de chocar e surpreender. Como se não fosse o bastante, o roteiro se divide em dois filmes. Um primeiro com o naufrágio em alto mar que dura uma hora. A segunda hora é sobre o confronto com o diretor dos campos de concentração em que Zamperini ficou preso.

Jolie, como diretora, é uma boa surpresa. Ela constrói bem as cenas, como no momento em que Louies e companhia descobrem estar cercados por tubarões no mar. A cena inicia em um close em um dos personagens. O barco balança e o espectador descobre o que acontece junto com eles. Infelizmente ela não tem domínio sobre a narrativa, o que já era evidenciado pela escolha de filmes em que se envolvia como atriz. Inclusive quando dava pitacos nos roteiros.

UnbrokenAngelina com o verdadeiro Louis Zamperini.

O protagonista, Jack O’Connell, é muito bom. Ele equilibra o sofrimento exacerbado e a esperança insuperável do personagem. Há ainda as participações surpresa de Jai Courtney, ainda na busca por um filme bom para colocar no currículo, Domhnall Gleeson usa novamente seus poderes de camaleão para criar mais um personagem completamente diferente e o Garret Hedlund faz um coronel cheio de esperança e raiva que não faz muita coisa durante a obra.

Invencível tem tudo para ser um daqueles grandes filmes de superação, mas o péssimo ritmo e a incapacidade da diretora de escapar do melodrama padrão de produções do tipo geram um filme que não consegue ir além da descrição de tedioso.

 

fantastic…

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