Postado em: Reviews: Games

What Remains of Edith Finch

Quando a história em torno de uma peculiar família envolve diversos mistérios, dramas envolventes e uma casa com passagens secretas, acompanhados de caprichados detalhes, o resultado é impressionante.

What Remains of Edith Finch é o novo e segundo jogo desenvolvido pela companhia Giant Sparrow, dirigida por Ian Dallas – a estreia foi com The Unfinished Swan. O primeiro anúncio foi feito em 2014, mas o jogo foi lançado apenas em 25 de abril deste ano, com versões para as plataformas Microsoft Windows e PlayStation 4.

Edith Finch 2
A história é contada pelo diário de Edith.

Após o falecimento da mãe, a jovem de 17 anos Edith Finch volta à casa que morou durante parte da infância. O local foi habitado por todos os integrantes da família Finch, desde o tataravô Odin até ela (a última descendente), que apresentam um estranho fato em comum: todos estão mortos, exceto a adolescente.

A volta à residência tem o intuito de descobrir a verdadeira história sobre a família, que foi ocultada pela mãe, Dawn. Sempre que alguém morria, a avó Edie selava os quartos deles, o que fez com que Edith nunca tenha entrado na maioria deles. O máximo que ela viu dos dormitórios daqueles que morreram antes do nascimento dela foi o que dava para ser contemplado pelos olhos mágicos presentes em cada porta.

Edith Finch
Árvore genealógica da família Finch, acessada pelo menu do jogo após a descoberta de todas as histórias.

Como a trama é contada pelo diário de Edith, o jogador a controla na maior parte do jogo. No entanto, à medida que a garota passa a investigar cada uma das histórias dos familiares, é possível viver a pele de quase todos eles em seus momentos finais, o que torna a narrativa muito interessante. A perspectiva de What Remains of Edith Finch é sempre em primeira pessoa, o que tem o lado positivo de deixar a atmosfera muito mais intimista e envolvente. Contudo, há também o ponto negativo de dificultar a locomoção, já que é preciso constantemente mudar o ângulo da câmera.

Os gráficos são fantásticos e os tipos de traços são modificados de acordo com a perspectiva do personagem que o jogador controla no momento. No caso de Sam, por exemplo, os acontecimentos são vistos pela lente de uma câmera. Já a história de Barbara acontece dentro de uma história em quadrinhos. A trama em torno de Lewis, irmão de Edith, é contada por meio de um jogo.

Para entrar nos cômodos cujas portas estão seladas, Edith descobre e se aventura pelas diversas passagens secretas que o bisavô, Sven, construiu pela casa. Se o jogador estiver com paciência para observar com calma os vários detalhes de cada cômodo, é possível aprender muito mais sobre cada personagem, além do que já é contado.

Eu zerei o jogo em aproximadamente três horas, enquanto tentava analisar alguns detalhes e descobrir mais sobre os personagens. Contudo, o gameplay em si tem por volta de duas horas. Em uma sentada só, o jogador se envolve profundamente na mórbida e estranha história do clã. O jogo pode até ser curto, mas esse fato não afeta em nada a grande qualidade dele. No meu caso, a vontade que ficou é a de percorrer todo o caminho novamente, com muito mais calma para conhecer melhor cada integrante da peculiar família Finch.

P.S.: Os troféus são poucos e relativamente fáceis de conseguir. No entanto, as formas de conquistá-los não são sempre óbvias, o que faz com que algumas posam passar desapercebidas durante a primeira vez que o jogo é zerado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.