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Feminismo, Frozen e educação

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Existe um problema que considero de grande importância nos dias de hoje. Quase todo mundo quer ter filhos, mas ninguém se questiona se está preparado ou se daria um bom pai ou mãe. É por causa desse problema que coisas como o relato abaixo acontecem.

Uma empregada da minha mãe tem um filho que vive conosco. Esse menino morria de medo de mim e dos meus amigos. Um dia um desses amigos veio me visitar. Enquanto andávamos pela casa, cruzamos caminho com o menino. Na época ele tinha entre 3 e 4 anos. Sua reação foi tampar os olhos.

Ao que meu amigo questionou:

– Por que ele está fazendo isso?

– Porque ele tem medo da gente – eu respondi.

– Mas por que ele está tampando os olhos? – ele continuou.

– Ele acha que nós deixamos de existir quando fecha os olhos.

– Ele é burro? – Meu amigo, demonstrando sua inadequação para ser pai questionou.

É claro que o menino não era burro. Como todo ser humano, ele estava passando por um processo de aprendizado sobre o que é a realidade ao seu redor com base em sua percepção sensorial.

O que mais me incomodou, entretanto, foi o fato de que meu amigo eventualmente disse “Meu filho não vai ser burro desse jeito.” Fiquei incomodado especificamente porque meu amigo é, do grupo, o mais provável de ter filhos um dia. Também é justamente o que demonstrou maior ignorância em relação a crianças.

Tenho várias histórias do mesmo estilo para exemplificar essa problemática, mas este é um blog de cinema e o exemplo que vale é o que descrevo abaixo.

Recentemente o maravilhoso Frozen foi lançado por aqui. Então meu crítico favorito, o Pablo Villaça, fez uma crítica fenomenal refletindo sobre os temas retratados no filme e como são construídos através da narrativa. Poucos dias depois de lançar sua crítica, o texto de Villaça recebeu o seguinte comentário.

“Quase fui ver o filme diante da nota que o Pablo deu, mas desisti a tempo quando, lendo a crítica, cheguei a conclusão que é um filme feminista, dedicado a atrapalhar a cabeça das crianças.”

O cara concluiu isso de um texto que exalta as características do filme que ensinam às crianças que não devem se comprometer com pessoas que não conhecem direito e que amor entre irmãs pode ser tão importante quanto o amor romântico. Não há nada de feminista, apenas bom senso básico.

Mesmo que houvesse algum nível de feminismo no filme, se não for exacerbado e burro, pensamento contrário às convenções é sempre bem vindo. E crianças são inteligentes. A menos que o filme venha a ser chocante, a educação em casa vai prevalecer sobre os ensinamentos da obra. O que neste caso é uma pena, porque o menino vai crescer com os ensinamentos desse indivíduo.

Acredito que certas pessoas não deveriam ter filhos. Não foram feitas para ser pais e educam as novas gerações a serem tão ignorantes e problemáticas quanto elas. E um dos principais motivos pelos quais não quero ter filhos é que minhas crianças teriam que viver no mesmo mundo que essas crianças.

 

GERÔNIMOOOOOOOOOO…

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