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Épico? – Avatar

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Lembra quando o Sam Worthington era o ator do momento? Pois é, por três filmes ele foi o grande astro de Hollywood. Exterminador do Futuro 4, Fúria de Titãs e este Avatar. Ironicamente, os três filmes são altamente questionáveis. E os três possuem características de épicos. Então vou fazer uma trilogia nesta coluna. A trilogia Sam Worthington. Comecemos por Avatar.

Homem em cadeira de rodas recebe o chamado para ocupar a vaga do irmão em um convívio com alienígenas nativos de uma lua distante. A princípio, sua missão é abrir caminho para que uma empresa minere a lua. Aos poucos ele se apaixona pelo estilo de vida daquela espécie e começa a considerar se voltar contra os humanos.

O jornalista Fábio Barreto participou de uma discussão em um podcast em que defendeu que existe uma grande história que precisa ser recontada de tempos em tempos. Avatar, para ele, representa essa história para as gerações atuais.

Não é a toa que o filme foi comparado com inúmeras obras anteriores. Dança com Lobos, Pocahontas, Star Wars e o escambau. Cameron pegou a jornada do herói, misturou com referências literárias de antes do próprio cinema e fez seu quarto ou quinto épico. Desta vez um subgênero de épico, o de ficção-científica.

As regras para o subgênero mudam um pouco. As escalas enormes e as mensagens de grande moral são mantidas, mas agora não há referência histórica, a menos que Cameron tenha adivinhado a história futura.

O filme é bonito, funciona muito bem em recontar essa “grande história” e tudo o mais. O que o fez ser um épico, entretanto, foi o fato de que Cameron criou um planeta inteiro. Literalmente, ele se juntou à Weta, a alguns cientistas e linguistas e pensou em toda uma biosfera diferente em um astro com gravidade maior que a nossa.

Os seres desta lua, chamada Pandora, tem em média seis membros, pele fluorescente e ossos enormes. A vegetação tem folhas em escalas gigantescas. Tudo inventado e realizado através de computação gráfica. A animação dos nativos é feita através de captura de movimento de atores.

Tudo muito bom. Tudo muito bonito. Mas para construir um planeta inteiro foi preciso um orçamento superior a 200 milhões de dólares. Um dia, foi o filme mais caro da história, mas tanto dinheiro gasto é impossível de passar despercebido. Principalmente quando o diabo do filme rende quase 3 bilhões.

A produção é bonita, cara, bem feita e tudo o mais. Então qual o problema? Que tal o fato de que Cameron prometeu o novo Star Wars? O que ele esqueceu de comentar é que seria um novo Star Wars em termos de inovação tecnológica, não em termos de inovação narrativa. Então fui ao cinema esperando ver um filme com ritmo e características narrativas inovadoras, mas acabei assistindo uma reinvenção de três horas de uma história antiga.

Pior é que, depois de muito tempo sem deixar escapar um detalhe sequer da história, a Fox lançou um trailer de três minutos que conta todo o filme. A sensação depois de ver um filme de três horas cuja trama foi toda detalhada em um pedaço de marketing de três minutos foi bem negativa.

Por algum motivo esse filme mediano ganhou uma penca de prêmios, indicações e reconhecimento. O filme é bacana, mas é só isso. Não é a melhor versão da velha história nem é realmente inovador. Parando para analisar, todos os supostos avanços tecnológicos existiam antes, mas nunca tinham sido usados ao mesmo tempo e em tal escala. Apenas por isso, Avatar é um épico, o que não é sinônimo de qualidade.

O orçamento garantiu qualidade?

De certa forma, sim. Rendeu os visuais incríveis com toda aquela enormidade. Mas certamente não garantiu o filme revolucionário que era prometido.

 

ALLONS-YYYYYYY…

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