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D.P.A. Detetives do Prédio Azul: O Filme (2017)

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Existem pequenos prazeres em assistir filmes péssimos. Um deles é rir da quantidade inacreditável de erros e absurdos que desfilam pela tela em diversos aspectos técnicos. Esta versão cinematográfica da série exibida no canal infantil Gloob é um desafio à parte, dentro das centenas de produções nacionais que seguem o padrão de filmagem Globo Filmes.

Depois de uma festa que reúne bruxos no prédio azul, o edifício fica em perigo de ser demolido, devido a rachaduras que aparecem por todas as paredes. Sol (Letícia Braga), Bento (Anderson Lima) e Pippo (Pedro Henrique Motta) seguem quatro suspeitos de ter feito um encantamento contra a construção.

Trata-se de um episódio de um programa infantil com longa duração lançado diretamente nos cinemas. A história não envolve explicar quem são esses meninos ou o que é o clube D.P.A. que dá nome ao filme. Eles simplesmente começam uma aventura e passam por ela com naturalidade sem nada de diferente em relação à série.

Talvez o grande diferencial é que eles se encontram com o trio das primeiras temporadas da série. Todos péssimos atores, com expressões forçadas quando aparece algum risco ou, pior ainda, indiferentes aos eventos que transcorrem. Mas talvez a culpa sequer seja dos astros, uma vez que até os artistas veteranos convidados parecem estar com preguiça em cena.

conversando com animais
Pippo reencontra com os detetives originais para conversar com bodes e corujas.

É recorrente quando se pega diretores e produtores de TV para fazer cinema. O resultado final sempre corresponde às produções baratas da Globo, com músicas de arquivo, efeitos sonoros ultrapassados, computação gráfica com presets do After Effects, fotografia que se limita a tornar tudo visível e direção de arte que faz tudo ser multicolorido até passar as barreiras da breguice.

Em uma festa, a trilha sonora vai de Anitta até Psy. E a dança dos atores claramente não corresponde às músicas, o que indica que ela não era tocada em cena. Quando algum personagem faz magias, um sonzinho de pirlimpimpim genérico é ouvido. E basta olhar para as roupas dos meninos e dos bruxos para ver os manequins piegas das novelas da Globo darem as caras no filme.

É quase vergonhoso sentar em uma sessão de D.P.A., mas o filme deve funcionar para as crianças novinhas que gostam da série e já conhecem os personagens. Elas já devem estar acostumadas a ver a trama ser mastigada em meio a piadas fáceis sobre diarreia e peido.

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