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Cuatoro cá!

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Desde que a humanidade sabiamente abandonou as tecnologias analógicas de reprodução de imagens, certas barreiras são quebradas de tempos em tempos. Para a maioria das pessoas, essas transposições são praticamente imperceptíveis. Para os entendidos e interessados, é muito difícil acompanhar os resultados.
Do VHS para a transmissão digital, o CD e o DVD abriram espaço para que arquivos de filmes possam ser distribuídos para o público geral. Os disquinhos chegaram com preços elevados e seus reprodutores chegavam apenas para quem tinha mais dinheiro.
Poucos conseguiam prever como isso teria efeito sobre a forma de assistir filmes e TV. Enquanto todo mundo assistia a seus DVDs com o dobro da definição das fitas cassetes, todas as marcas já pesquisavam o FullHD, que ia além dos 480p do DVD para chegar aos 1080. Levou aproximadamente dez anos para que a qualidade ganhasse suporte físico (o que requereu avanço tecnológico como TVs com a definição necessária, cabos de transmissão mais potentes e uma mídia física mais robusta).
A TV ficou em alta definição, o DVD está abrindo espaço pro blu-ray. Aparelhos de plasma ou cristal líquido ficaram acessíveis e até os videogames atuais ficam feios nas TVs analógicas. Hoje em dia, o Cinemark está passando filmes antigos em alta definição graças ao avanço.
Porém, como a tecnologia não pode parar, coisas novas continuam aparecendo. O 1080p deixou de ser chamado de FullHD para ser renomeado como 2K. Isso porque alguém inventou o chamado 4K. Para dar uma ideia, veja a imagem abaixo.

4k-image-340586Pra que tudo isso?

Preciso admitir que as primeiras vezes em que assisti a vídeos em 4K, não vi nenhuma diferença. Era apenas uma tela maior, mas não compreendi o efeito na imagem. Até que peguei, como pauta de matéria para a revista para a qual colaboro, o cinema 4K que foi inaugurado em Brasília.

Devido a problemas de distribuição, a sala 2 do cinema Cineflix no shopping JK, localizado na Ceilândia, não recebia filmes em 4K até agosto deste ano. Desde então, os filmes Lucy, O Espetacular Homem-Aranha 2, Os Mercenários 3, Livrai-nos do Mal e Maze Runner foram exibidos com a definição. Mas, como o público do cinema é da Ceilândia, a sala só passa filmes dublados. Por isso nunca fui conferir nenhum. Até a apuração da matéria.

Após a entrevista com os gerentes do cinema, recebi a oferta de conferir o filme Livrai-nos do Mal na sala. Logo de cara o primeiro problema veio a tona. Com mais definição, deveria haver mais brilho e vivacidade nas cores. Mas o filme é de terror e sua fotografia se resume a uma diminuição de saturação, fazendo com que ele seja quase monocromático. Outro problema, a exibição foi dublada, o que arruinou a qualidade a mais de áudio que a sala deveria ter.

Porém, observando a tela, pela primeira vez consegui ver a diferença que o novo nível de definição cria. A imagem fica mais clara, com um contraste mais forte entre o claro e o escuro. Aqueles pequenos momentos em que se via pixels na exibição digital simplesmente deixam de existir. Os gráficos que normalmente estão vibrando em sessões com filmes digitais agora rodam estáticos.

O resultado é que a imagem parece mais real. Lembra como era impressionante olhar para um filme em alta definição no começo? Parecia algo de verdade, era o que diziam. Olhar para um filme em 4K logo após olhar para um em 2K impressiona da mesma forma. O 2K parece artificial e o 4K passa a impressão de que se olha por uma janela. Isso porque, com a melhoria da definição, os olhos vêm menos da base da informação, o pixel.

De acordo com um dos gerentes do cinema, o limite do olho humano é o 8K. O que significa duas coisas. Primeiro que o 4K não é a imagem máxima para nosso limite biológico. Segundo, o 8K vai causar a impressão de que não se olha apenas através de uma janela, mas que se olha para coisas reais. O cérebro não vai ser capaz de distinguir. Imagine então o 8K em 3D com 48 frames por segundo.

Minha previsão é que, quando o dia dessa mistura de tecnologias chegar, a realidade dos filmes será chocante demais para o cérebro lidar. Assistir a um filme de terror verossímil em 8K, 3D e 48 fps fará com que eventos como um massacre ou desmembramento, sejam reais demais para nossas percepções. Porém, assistir a filmes como A Árvore da Vida com essas qualidades será algo além da minha compreensão.

Que o futuro venha.

GERÔNIMOOOOOOOOOO…

2 comentários em “Cuatoro cá!

  1. Sem duvidas quanto mais se torna popular uma tecnologia nos necessitamos de mais, atualmente não consigo mais assistir um filme em DVD, tem que ser em 1080p ou fico incomodado pela baixa qualidade da imagem, e assim por diante. Quanto a imaginar um filme 3D em 8K espero esta vivo para presenciar ^^

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