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Cidades de Papel

Texto por Deborah Fortuna.

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Um garoto meio tímido tem uma enorme paixão platônica por sua vizinha, que faz sucesso na escola. Até aí é tudo o que você espera de um filme adolescente. Mas a trama de Cidades de Papel surpreende. Para quem espera ver um filme clichê melodramático sobre como surge um casal apaixonado, engana-se totalmente com um enredo original e divertido.

Segunda adaptação cinematográfica da obra de John Green, Cidades de Papel contou com a direção de Jake Schreier, que faz uma grande escolha ao tirar um pouco do toque pesado do livro, tornar os personagens carismáticos e criar cenas cômicas.

O longa conta a história de Quentin Jacobsen (Nat Wolff), que é arrancado da sua zona de conforto quando sua vizinha Margo Roth Spiegelman (Cara Delevingne), uma garota com um histórico de fugas que parece ser um pouco problemática, invade seu quarto no meio da noite com um plano de vingança contra alguns colegas. A proposta, apesar de louca para alguém que nunca se arriscou, é tentadora para Quentin, que parece ser capaz de fazer qualquer coisa para conseguir se aproximar da garota que um dia foi sua amiga na infância.

A madrugada cheia de tarefas que poderiam colocá-lo em problemas acaba por ser uma das melhores noites de Quentin até então. Ele parece se animar com a ideia de que os dois se aproximariam de novo nos dias que seguem. Então, Margo desaparece.

paper-towns-movie-004.jpg~originalAventura noturna termina em mistério

Mas, ela sempre deixa pistas de onde ia para aquelas pessoas que realmente merecem. E dessa vez, Quentin podia ter certeza de que ele estava nessa lista. Assim, ele tenta desvendar o mistério do sumiço de Margo e embarca numa aventura junto com os amigos para encontrar o grande amor da sua vida.

Uma das melhores sacadas do filme foi o elenco não muito conhecido, mas com uma ótima química que foi fundamental para o funcionamento do enredo. A começar pela ótima atuação de Nat Wolff como Quentin, que começa com um adolescente sem qualquer atrativo e amadurece para alguém seguro e interessante. Wolff consegue transmitir todas as inseguranças de um garoto apaixonado, ao mesmo tempo em que tem que se sentir confiante o suficiente para se despedir do ensino médio.

Outro grande mérito para o filme foram os papéis de Radar (Justice Smith) e Ben (Austin Abrams), os dois melhores amigos de Quentin, que são parte vital da história, e que garantem os divertidos diálogos. Nem mesmo a modelo escalada Cara Delevinge decepciona.

Captura de Tela 2015-07-08 às 22.25.51Quentin e amigos seguem as pistas de Margo. Elenco desconhecido.

Apesar da trama original e das mensagens inspiradoras sobre a mudança do ensino médio e o início da vida adulta, os personagens já são conhecidos por outras obras de Green. Quem acompanha seu trabalho, pode ver algumas personalidades bem parecidas com outras histórias do autor, o que pode ser considerado previsível. Além disso, a lentidão deixa a desejar. Parece que a narrativa demora um tempo para finalmente engatar e fluir.

Mas como já era de se esperar, o filme, que tem grande potencial para arrendar muito dinheiro, é para adolescentes. E com esse público alvo, ele cumpre o papel e se torna um dos melhores da atualidade. Qualquer pessoa que exija mais do que isso está na sala errada de cinema.

1 comentário em “Cidades de Papel

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