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Cenas que amamos – 12 Homens e Uma Sentença (não dar razão)

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Clássico do Sidney Lumet, 12 Homens e Uma Sentença é uma pérola do cinema. Adaptação de uma peça de teatro cuja história se passa inteiramente em um único cômodo, Lumet ainda é aplaudido hoje pelo excelente uso do cenário para criar a impressão de que o ambiente está mudando constantemente.

12 homens são jurados em um julgamento de assassinato. O réu é um garoto jovem e pobre com um advogado incapaz e uma montanha de provas que o indicam como o verdadeiro assassino. Na hora do júri se reunir para decidir a sentença, todos votam como culpado, com exceção de um. Como o voto precisa ser unânime, eles tentam convencê-lo. Porém, ele possui alguns argumentos em relação às evidências apresentadas.
Lá pelas tantas, quando o protagonista já conseguiu convencer grande parte do júri em relação à dúvida razoável para grande parte das provas, um dos homens se levanta e começa a esbravejar. O discurso trata sobre como os pobres são violentos, malvados e propensos a todo tipo de coisa errada. Obviamente, é uma ideologia preconceituosa e ignorante.
A reação dos outros 11 homens enquanto este grita e gesticula é uma lição sobre como a sociedade deveria funcionar. Diante da ignorância, a melhor resposta é virar as costas e não dar ouvidos. Preste atenção ao trabalho de câmera de Lumet na cena. Ele abre com um close no homem enquanto ele começa seu monólogo. Sem cortes, ele abre para toda a sala enquanto os outros se levantam e viram as costas. Cada um para um ponto específico do enquadramento sem que sejam perdidos pela câmera e ainda complementem a cena. Ainda sem cortar, a câmera volta para o protagonista reassumindo controle da mesa. E suas palavras são fortes. A ignorância e o preconceito jamais serão bons motivos para se julgar uma pessoa.
Uma cena extraordinária de um filme extraordinário. Assista abaixo. [youtube=https://www.youtube.com/watch?v=gTDhgR3p12w]
GERÔNIMOOOOOOO…

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