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Cadê Você, Bernadette? (Where’d You Go, Bernadette – 2019)

Mais uma adaptação da literatura chega aos cinemas. Desta vez, quem ganha vida é o best-seller Cadê Você, Bernadette?, da estadunidense Maria Semple. O filme homônimo é protagonizado por Cate Blanchett (O Aviador e Carol), que é acompanhada por atores como Billy Crudup (Quase Famosos e Watchmen), Emma Nelson, Laurence Fishburne (Matrix) e Kristen Wiig (Missão Madrinha de Casamento).  A direção é de Richard Linklater (Boyhood: Da Infância à Juventude e Escola de Rock), que assina o roteiro juntamente a Holly Gent e Vince Palmo, com quem também escreveu Eu e Orson Welles.

A história tem como foco Bernadette Fox, que, logo na primeira cena, é vista remando sozinha em plena Antártida. Depois, a narrativa volta algumas semanas no tempo para mostrar o que a levou até lá. Então, o espectador, aos poucos, descobre que ela era uma genial arquiteta de grande renome que largou a profissão e, agora em Seattle, vive em função da maternidade. A relação com a filha Bee (Nelson) é de forte proximidade, enquanto o marido, Elgie (Crudup), está constantemente ocupado com o trabalho de programador na Microsoft e mal fica em casa.

Não querida pelas mães do alternativo colégio em que a filha de 15 anos estuda, um pouco por inveja, mas também pelo jeito que as trata, a personagem principal tem uma vida que consiste basicamente em levar e buscar a menina na escola e mandar mensagens com pedidos para a assistente pessoal, que mora em outro país e com quem se comunica apenas virtualmente. A rotina monótona muda quando Bee pede de presente uma viagem em família ao continente localizado mais ao sul do planeta.

A partir disso, a película passa a tratar de assuntos como fobia social; importância do processo criativo do artista; ansiedade; matrimônio; e gaslighting. Tudo culminando ao desaparecimento de Fox e à procura dos familiares por ela. Nada tão aprofundado da forma que deveria. Um dos pontos positivos, no meio disso tudo, é a beleza da fotografia, principalmente nas cenas que se passam na Antártida.

Não há uma consistência de qualidade no decorrer da obra, assim como no roteiro. A partir do momento que a protagonista chega à Antártida é que o longa-metragem realmente fica bom. O filme é tão focado em mostrar peculiaridades de Bernadette, que só aprofunda no que realmente é importante mais para o fim, no intuito de expor uma lição. Vale assistir mais pela atuação de Cate Blanchett e pela identificação que algumas pessoas, principalmente mulheres, possam sentir em relação à personagem. Mas talvez seja melhor fazer isso no conforto da própria residência.

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