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Antes que Eu Vá (Before I Fall – 2017)

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Em meio à febre de adaptações cinematográficas de best-sellers juvenis, chega Antes que Eu Vá, mais um filme com a premissa de uma pessoa, após uma tragédia, acordar novamente e poder reviver o mesmo dia, na tentativa de poder mudar os acontecimentos – como em Antes que Termine o Dia (2002).

No caso deste longa-metragem, a adolescente Sam acorda dezenas de vezes no mesmo dia e no mesmo horário. Ela revive a rotina de se arrumar, ir para o colégio, conversar com as amigas, receber rosas do Dia do Cupido, flertar com o namorado e ir para uma festa. Enquanto isso, ainda arranja tempo para praticar bullying e ser uma filha rebelde.

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Amigas que lembram o grupo de Meninas Malvadas.

Ry Russo-Young (Caminho para o Coração) é responsável pela direção de Antes que Eu Vá, enquanto o roteiro é de Maria Maggenti (Monte Carlo) – baseado no best-seller homônimo de Lauren Oliver. No elenco, estão Zoey Deutch (Tinha que Ser Ele? e Academia de Vampiros: O Beijo das Sombras), Halston Sage (Vizinhos), Elena Kampouris (Casamento Grego 2), Logan Miller (Como Sobreviver a um Ataque Zumbi), Cynthy Wu (Twisted), Medalion Rahimi (The Catch) e Erica Tremblay (Nunca Diga Seu Nome).

A interação entre as amigas e a rotina do colégio lembra bastante Meninas Malvadas (2004), à medida que elas humilham os colegas e fazem comentários maldosos. Isso incomoda muito. São adolescentes que falam o que “der na telha” e não se importam com as consequências que podem ser ocasionadas. O principal alvo do bullying é Juliet (Kampouris), uma garota que não se encaixa nos padrões de estilo do grupo. Lindsay (Sage) é a líder do grupo que se assemelha a Regina George (Rachel McAdams na produção de 2004).

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Sam e a irmã Izzy: interação responsável pelos momentos mais fofos do longa.

A personagem principal é irritante (e muito). É a típica adolescente popular de filmes americanos. Apesar de ter a oportunidade de reviver o mesmo dia e fazer diferente, ela continua, por um bom tempo, a agir do mesmo modo. Sam demora a entender que as atitudes precisam ser mudada, o que aparentemente subestima o espectador. Quando resolve tomar uma nova postura, acontecem as cenas mais fofas de Antes que Eu Vá: os momentos com a irmã mais nova (Trembley) e com os pais (Jennifer Beals e Nicholas Lea).

No quesito atuação, Zoey Deutch faz um bom trabalho, enquanto Halston Sage não convence como a líder da “panelinha”. O destaque vai para Erica Tremblay, que assim como o irmão Jacob (O Quarto de Jack) entrega muita fofura e competência na tela. Outra pessoa que merece reconhecimento é Elena Kampouris. A ótima atriz Jennifer Beals quase não aparece e, quando o faz, não se destaca – o que pode ser um problema da direção.

Em meio a tanta enrolação, as belas paisagens são um colírio para os olhos. Ter que acompanhar pelo menos seis (monótonos) dias cansa, assim como esperar que Sam amadureça e mude de atitude. É clichê atrás de clichê, e o final não é diferente. Temas de grande relevância, como bullying e suicídio, são tratados com superficialidade. A equipe é formada por muitas pessoas que têm experiências com filmes adolescentes, e é assim que Antes que Eu Vá é: somente mais um do gênero.

 

P.S.: Ainda assim, ter mulheres na direção e no roteiro, além de um elenco majoritariamente feminino, é sempre um grande feito.

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