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Terrence Malick lança seu sexto filme. De longe um dos menos reconhecidos pela crítica internacional. Como o título nacional deixa claro, o filme é sobre amor. Ver essa questão humana sob a visão introspectiva de Malick gera curiosidade. Como será a jornada sensorial padrão do diretor diante das alegrias e dos tormentos do amor.
Homem viaja para a França onde conhece uma francesa e sua filha criança. Eles resolvem viver juntos nos Estados Unidos e então passam por todo tipo de agruras comuns aos romances. Em paralelo, padre passa por crise ao começar a ter dúvidas sobre sua fé.
Assistir a um filme de Malick é passar por uma jornada quase espiritual. Seus longos e magníficos takes dão espaço para que o espectador se perca e fique refletindo sobre si mesmo e os questionamentos levantados na obra.
Em seus outros filmes, ele usa esse estilo para tratar de questões mais universais como religião, guerra, dominação, existencialismo. Quando muda para romance, não parece funcionar tão bem. Considerando que a estética do diretor causa introspecção, chega a ser irônico.
Mallick costuma filmar com lentes de grande abertura em locais de imensa beleza natural usando contrastes de sombras com o nascer ou o pôr-do-sol. As imagens são belíssimas e elevam um sentimento idílico. No meio de tudo isso, estão os atores expressando seus sentimentos.
Com questionamentos maiores, a introspecção nos leva a uma profundidade muito maior. Com romance, fica um pouco perdido. Mais cansativo. O diretor busca retratar o máximo de situações relacionadas ao amor. A alegria de uma nova paixão, as consequências da rotina, o ciúme, a estranheza de se adequar a uma vida diferente, as dores e o medo da perda.
Tudo isso é subjetivo. Cada pessoa vai vivenciar o filme de uma forma diferente. O filme vai apenas sugerir esses momentos e nos deixar raciocinando sobre eles enquanto vemos as imagens relacionadas.
Ao contrário de suas outras produções, essas imagens não viajam através de mundos e tempos diferentes. Como se trata do amor daquelas pessoas, elas se focam em mostrar os atores passando pelos sentimentos. Chegando a ficar repetitivo e por isso mesmo cansando muito mais.
O diretor é notório por filmar centenas de horas de material bruto e depois picota-los em duas horas de produto final. Por vezes, participações de atores perdem valor, como o Sean Penn em Árvore da Vida. Mas aqui a perda foi ainda maior uma vez que artistas como Rachel Weisz, Barry Pepper, Amanda Peet, Jessica Chastain e Michael Sheen tiveram suas interpretações completamente removidas na montagem.
Sobra para a Olga Kurylenko e para a Rachel McAdams. As duas nunca estiveram tão lindas e sustentam o filme com suas interpretações poderosas. Ainda por cima, vemos o Javier Bardem maravilhoso como o membro do clérigo que não acredita mais no amor de deus. Em contraste a eles, o Ben Affleck fica apagado. Talvez ele tivesse mais destaque se o filme contasse com as partes removidas com os outros atores.
Mas Affleck, como ator é tão limitado que sempre que aparece em cena o que me vem à cabeça é o quanto ele parece um boneco de videogame e não um ser humano.
Amor Pleno ainda é um ótimo filme. Mas é fraco considerando tudo o que o diretor já realizou anteriormente.
GERÔNIMOOOOOOO…