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A Era do Gelo: O Big Bang (Ice Age: Collision Course – 2016)

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Cada grande estúdio tem as franquias que geram dinheiro. No mundo da animação não é diferente. A Pixar lucra até hoje com Carros e Toy Story. A Dreamworks sugou o Shrek até o quarto filme. A Blue Sky, diretamente vinculada com a Fox, de quatro em quatro anos lança um novo A Era do Gelo. Nem os realizadores iniciais participam mais das produções atuais.

Desta vez a família iniciada por um mamute, uma preguiça e um tigre-de-dentes-de-sabre precisa descobrir uma forma de impedir um meteoro de causar uma grande extinção na Terra. Durante a aventura, Manny (Ray Romano no original e Diogo Vilela no Brasil) pretende impedir que a filha viaje pelo mundo com o noivo depois do casamento e Sid (John Leguizamo EUA/Tadeu Mello Brasil) busca por uma namorada.

A fórmula é exatamente a mesma dos filmes anteriores: o esquilo Scrat acidentalmente inicia uma catástrofe, os protagonistas (acompanhados ou não das famílias que adquiriram no decorrer da franquia) partem numa jornada para resolver o problema, no caminho surgem cenas de diálogos sobre os conflitos pessoais deles e outras grandes de ação (neste envolve eletricidade estática). No primeiro, era sobre um grupo de pessoas que precisam superar os preconceitos originais das espécies deles. Depois passou a ser sobre romance, paternidade, valores familiares e por aí vai.

Sid, Diego e Manny
Trio original não é mais dono do protagonismo.

O fato é que o primeiro A Era do Gelo é ótimo e os outros são repetições da mesma estrutura. E como toda reiteração, em algum ponto perde a graça e o ritmo. Não tem mais como evoluir os personagens sem parecerem desgastados. A escala do que o Scrat é capaz de fazer para desencadear as aventuras é cada vez maior e mais absurda. A princípio a trama era sobre uma criança, agora é sobre destruição global.

O esquilo, por sinal, é a única coisa que ainda funciona. Ele sempre teve o mesmo conflito: comer a noz. Para isso, ele passa pelo diabo em momentos típicos de curtas animados. Ele se estica, é esmagado, grita, cai. Neste filme o bichinho está preso em uma nave alienígena. O personagem Diego (Denis Leary EUA/Márcio Garcia Brasil), que era um dos protagonistas, tem só duas cenas para desenvolver algum conflito e ele não é resolvido. De inspirado só sobra a participação rápida e hilária do Neil Degrasse Tyson como uma personalidade de um personagem psicótico.

Scrat atrás da noz no espaço
Scrat no espaço. Melhor coisa do filme.

A parte técnica é intocável. Os cenários e texturas parecem palpáveis de tão verossímeis, mesmo que sejam caricatos nos formatos. As árvores são triangulares demais, assim como os picos de neve. Por outro lado, a montagem possui muitos problemas de cortes. Personagens mudam de feições e posições aqui e ali. O que é impensável em uma animação, onde se tem controle total sobre cada coisa que os personagens fazem.

Para piorar, dói ver nomes de artistas como Jennifer Lopez, Simon Pegg, Seann William Scott, Queen Latifah e Wanda Sykes como coadjuvantes de luxo de uma trama que não dá liga. Ao final, era melhor ter revisto o primeiro filme pela quinta vez ao invés da quarta cópia do mesmo. Daqui a quatro anos tem mais.

 

FANTASTIC…

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