A Câmara 36 de Shaolin

Os irmãos Shaw faziam filmes feito malucos. Eram vários por ano. O padrão era sempre o mesmo. Closes dramáticos, kung-fu e algum tipo de vingança niilista com alguém evoluindo em artes marciais para dar o troco em algum tipo de autoridade maligna. Ao mesmo tempo em que Câmara é mais um do estilo, ele também é bastante diferente.

Um grupo de universitários e professores preparam uma reestruturação política e são taxados como criminosos e rebeldes pelos governantes. Começa um massacre pelas ruas. San Te assiste seu pai ser assassinado e parte em busca de um monastério budista para aprender kung-fu e ter o poder para proteger as pessoas. Lá ele se torna um monge e precisa passar pelas 35 câmaras de shaolin para aprender todas as técnicas do kung-fu.
É nesse treinamento que o filme se diferencia. Assim que chega ao monastério, San Te passa cinco anos treinando e aprendendo. Esses cinco anos comem aproximadamente uma hora ou mais da projeção. Todo o resto fica de lado durante esta parte.
É uma grande aula de artes-marciais com alguma história de fundo. O que é irônico. San Te recebe instruções dos monges para ser pacífico e disciplinado. A disciplina ele aprende direitinho, já a paz…
Depois de mais de uma hora repetitiva de aula e propaganda de artes-marciais, San Te sai e, contra os ensinamentos, busca sua vingança e criar sua própria câmara de shaolin. Com o objetivo de ensinar a população. O filme vende um conceito e fecha deturpando-o.
Como se não fosse o bastante, ao final San Te ainda tem vários conflitos em aberto. Fica a sensação de ter visto um piloto de duas horas de uma série de TV. Depois descobri que o filme é o primeiro de uma trilogia. Então tenho a esperança de ver a história finalizada.
Vale a pena ver o Gordon Liu em um filme de sua época. Recentemente ele acabou interpretando três personagens em Kill Bill. E ele faz tudo muito bem. Os draminhas, as coreografias e até o papel de monge.
As artes-marciais são bonitas e bem explicadinhas. Mas infelizmente elas servem a uma trama boba. Ainda é um clássico e merece ser assistido.
 
GERÔNIMOOOOOO…