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Na sala – Não Olhe para Trás

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À princípio, este post deveria ser uma crítica de Não Olhe para Trás. Infelizmente eu jamais cheguei ao término do filme. Não foi a primeira e tenho certeza que não será a última vez em que um filme dá problema durante uma projeção. É o que acontece quando você vai tanto quanto eu para o cinema.

Danny Collins (Pacino) é um cantor que começou a carreira na década de 1970. Depois de quase quarenta anos de drogas, várias esposas, shows com músicas antigas e a única companhia do empresário e amigo Frank (Plummer), ele recebe uma carta perdida há anos. O remetente é o John Lennon, que lhe oferecia amizade para ajudá-lo a lidar com o sucesso e os excessos que viriam com ele. Danny não consegue reter a dúvida de como seria a vida de sucesso se tivesse sido amigo de Lennon e decide mudar a si mesmo.

A trama segue uma linha que Hollywood descobriu recentemente. Filmes para pessoas mais velhas sobre pessoas mais velhas. Começou com O Exótico Hotel Marigold, que foi um sucesso surpresa. Foi quando perceberam, as pessoas morrem mais tarde e grande parte das estrelas das décadas de 1970 e 1960 ainda estão vivas e bem de saúde. Os fãs também. Ainda mais importante de se levar em conta. Eles possuem boas condições de dinheiro, que gastam felizes em filmes voltados para eles. Daí surgiram coisas como Última Viagem a Vegas e agora este Não Olhe para Trás.

danny-collins-christopher-plummer-al-pacinoAl Pacino com Christopher Plummer. Filme voltado para o público mais velho.

O roteirista e diretor Dan Fogelman tem uma habilidade muito boa para lidar com humor em contexto natural. Uma conversa entre amigos ou a tentativa de um homem de criar interesse em uma mulher parecem coisas do dia a dia, sem esforço e com as piadas típicas de conversas comuns. As estruturas dos textos dele são as de sempre: Personagem tem uma quebra na rotina, vive perdas e ganhos na tentativa de restabelecer um padrão diário. Eventualmente tem uma derrota total até que surge uma última esperança que ditará os rumos dele. Nada de novo, o que não é necessariamente ruim.

O tom da direção é leve. As músicas são referenciais ao John Lennon e contam com bons clássicos de rock. A fotografia apenas deixa tudo visível, sem expressar nada. Sem grandes qualidades técnicas ou inovações, o filme destaca o roteiro e os atores interpretando-o. Al Pacino dá carisma para um personagem que precisa disso. Christopher Plummer é como vinho, quanto mais velho, melhor ele fica. Cada pequena interpretação dele é cheia de maneirismos e detalhes. A Annette Bening faz um par romântico verdadeiramente interessante e que se impõe sobre o homem que tenta conquistá-la. O Bobby Cannavale dá um show como o filho abandonado de Danny. Quem diria que o amigo figurante do Adam Sandler era um ator tão bom? A Jennifer Garner some ao lado dele.

al-pacino-and-bobby-cannavale-in-danny-collins.jpg_srz_616_412_75_22_0.50_1.20_0Aula de piano para Bobby Cannavale. Filme leve.

Um roteiro honesto, leve, simpático. Uma direção que sabe dar valor para ele. E atores bons que elevam a qualidade do material com o qual trabalham e também são valorizados pelo diretor. Ao final, Não Olhe para Trás provavelmente é uma dose de doçura em forma de filme. Infelizmente, a energia elétrica da sala de cinema caiu faltando uns dez minutos para o término da sessão. Até agora não sei como a história termina. É a primeira vez que um filme dá problema tão próximo do fim comigo. Normalmente acontece logo no início ou antes dele. Mesmo assim, recomendo assistir.

 

GERÔNIMOOOOOOO…

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