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As Sessões

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Um diretor que não dirigia um filme a muitos anos se reúne a um ator que sempre será um eterno coadjuvante e uma atriz que ganhou um Oscar anos atrás e depois desapareceu do radar. Como elenco de apoio, um dos grandes atores injustiçados em Hollywood e uma atriz cujo maior papel foi ser par romântico do Sam Worthington. Parece um filme que ninguém vai saber que existe. Para a nossa sorte, a tal atriz ganhou outra indicação pelo papel e agora podemos conferir As Sessões no cinema.

O diretor é Ben Lewin e sua carreira no cinema se resume a três filmes entre os anos de 1988 e 1994. O primeiro é um suspense, o segundo uma comédia e o terceiro um drama romântico entre um homem e uma mulher com poliomielite. As Sessões é o segundo filme do diretor cuja trama envolve a doença. O motivo é simples, o próprio Lewin a teve quando criança e por conta dela precisa usar muletas pelo resto da vida. Ele diz ter feito a produção porque leu sobre a história do personagem e ficou emocionado, então tinha a esperança de emocionar outras pessoas também.
Dá pra acreditar que esse cara é o maluco da foto lá em cima?
O ator principal é John Hawkes. Ele normalmente faz algum tipo de personagem dúbio com cara de malvado. Em Inverno da Alma, onde interpreta o tio questionável da personagem da Jennifer Lawrence, chamou a atenção e conseguiu o privilégio de escolher seus próximos roteiros. Por isso mesmo impressiona aqui. Hawkes tem mais de cinquenta anos e realmente aparenta ter 38 no filme. Faz um personagem de muita simpatia e bom humor. É algo completamente novo vindo dele. Merecia mais uma indicação ao Oscar que outros de seus colegas que foram indicados.
A atriz é a Helen Hunt, aquela loira que foi par romântico do Jack Nicholson anos atrás por Melhor é Impossível, ganhou um Oscar pelo papel e depois sumiu. Aqui, reencontrada, está maravilhosa, apesar de suas feições estarem distorcidas pelo óbvio botox. Dá à terapeuta sexual que interpreta uma humanidade sincera.
De resto, temos William H. Macy dando vida a um padre. Macy é daqueles atores que você vê e reconhece de algum lugar mas não sabe dizer de onde, o que é muito triste considerando seu talento. E a Moon Bloodgood faz uma auxiliar sem graça do personagem principal. O que impressiona muito. Para os quem sabem quem ela é, sabem também o quanto ela é bonita. A maquiagem não a esconde muito, o que faz o trabalho é a interpretação da senhorita Sanguebom.
Lewin acompanha a história do homem paralítico com sensibilidade e sem apelações. Apenas nos mostra os eventos. O interesse não é mostrar as dificuldades de alguém naquelas condições, nem de fazer chorar de graça. Acompanhamos a jornada de um homem descobrindo um lado bonito de si mesmo. Quando ele é rejeitado, fica óbvio que ele sofre, mas ele encara tudo com humor, assim como o filme o faz.
Gravar o filme com essa sinceridade o deixa com a beleza com a qual o próprio personagem principal vive. Apesar de só poder mexer a cabeça e passar grande parte de seu tempo dentro de um pulmão de aço, Mark era poeta e jornalista, via beleza em sua vida limitada e era um exemplo de superação. Nós vivemos essa beleza assistindo ao filme.
Superior a muitos dos filmes indicados ao Oscar, seja pelas interpretações, pela direção ou pelo próprio resultado final. Infelizmente, musicais ruidosos e dramas históricos sempre ganham mais destaque. Se quer um filme honesto e singelo, procure por As Sessões.
 
GERÔNIMOOOOOOOO…

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