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Fora do cinema – quarto episódio de The Newsroom

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No texto sobre o piloto desta série, eu comentei sobre a possibilidade do show diminuir muito a qualidade em comparação com o primeiro episódio. Então, sentando para assistir mais alguns, descubro que fizeram outro tão bom quanto (se não melhor). E mesmo que a maioria não mantenha a mesma qualidade, não vi nenhum ruim até o momento.

O piloto apresentou o contexto. Um grande noticiário do horário nobre da TV estadunidense passa por uma mudança de funcionários e, junto com ela, uma mudança de objetivos e pontos de vista. O segundo episódio apresentou os conflitos pessoais de cada personagem, grande parte deles românticos. O terceiro apresentou o que deve ser o grande conflito da temporada. Com a mudança de foco, pessoas insatisfeitas dão as caras. Então o quarto vem para começar os obstáculos pontuais que farão parte deste primeiro ciclo.
Apesar de ter seu papel específico no plano geral para a temporada, Aaron Sorkin coloca no roteiro deste episódio um desenvolvimento que discute o valor e o papel do jornalismo na sociedade. Ele usa de todo o seu talento para fazer essa construção através dos próprios clichês de seriados. Como em todo seriado, algumas tramas paralelas à principal são inúteis e não acrescentam às discussões principais. É um recurso feito para que um enredo tenha material para as diversas horas que serão produzidas. Em The Newsroom, essas tramas são as vidas amorosas dos cinco personagens principais.
No terceiro episódio, eu e minha namorada chegamos à conclusão de que essas histórias seriam a parte mais fraca da série, mesmo que bem escritas. O quarto episódio parece que vai desenvolver apenas esses contextos ao mesmo tempo em que Will começa a ser ameaçado pela cultura do jornalismo de fofoca. O ritmo, como em todos os episódios, vai aumentando aos poucos até chegar a um clímax. A sacada está neste clímax.
Quando tudo parece próximo ao fundo do poço, uma reviravolta surge. Então todos os personagens recebem escolhas a serem feitas. Tudo o que aconteceu, as discussões, as fofocas e as relações entre as pessoas serviu para uma pergunta rápida feita entre os personagens. E a resposta é tão espetacular e poderosa sobre tudo o que a série representa que este é o melhor roteiro da série até o momento. Redondo, bem estruturado e bem escrito. Escolhas espertas e corajosas de situações levantam pensamentos acerca do mundo como um todo.
A direção de Alan Poul não foge do padrão desenvolvido no piloto, mas o talento do homem denota alguma diferença. Seja um pequeno close rápido no rosto de uma pessoa na hora certa, ou um corte rápido na reação de outra que nem está diretamente ligada ao contexto da cena. É o conjunto inteligente de direção e montagem que consegue acrescentar camadas à história sendo contada.
O episódio distrai com seus diálogos e texto divertidos para chegar a um dos finais mais fortes que uma série pode criar. Já me contaram que The Newsroom fica fraca na segunda temporada. Mesmo que fique, só esta primeira já é digna de entrar na memória.
 
FANTASTIC…

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